Edição nº: 135
Ano: 1983
Desenvolvimento de caramujos planorbídeos em lagoas de estabilização de esgotos
Autores:
Branco, Samuel Murgel; Matheus, Carlos Eduardo
Resumo:
Lagoas de estabilização constituem métodos econômicos muito aplicáveis às condições climáticas e sócio-econômicas do interior de São Paulo. Entretanto, desde o início de seu emprego na região, há 20 anos, despertou-se uma preocupação muito grande com a possibilidade de as mesmas serem povoadas por moluscos do gênero Biomphalaria, transmissores da esquistossomose manzônica, o que tornaria o método totalmente incompatível com a saúde pública, em regiões endêmicas dessa enfermidade.
Desde as primeiras experiências com lagoa de estabilização no Vale do Paraíba (Estado de São Paulo) verificou-se porém, que os moluscos planorbídeos, embora tenham um rápido desenvolvimento nos estágios iniciais de funcionamento da lagoa, desaparecem das mesmas, entretanto, após poucos meses.
A hipótese que foi pesquisada, como explicativa do fenômeno é baseada no fato de os moluscos recém-nascidos (a partir de ovos depositados à superfície) migrarem obrigatoriamente, para o fundo, onde passam por um estágio tipicamente bentômico em que se alimentam de fungos. Quando o fundo da lagoa é ocupado, porém, por uma camada de lodo em decomposição anaeróbia, os planorbídeos jovens não conseguem sobreviver, por falta de oxigênio.