Prêmio pelo uso da água de chuva

Bônus para quem economiza une a equipe em torno do bom uso da água

Há seis anos, o microempresário Francisco Severino Alves tinha um aperto no coração sempre que recebia a conta mensal de água de seu negócio próprio, a Mecânica do Chiquinho, em Itaquaquecetuba. A despesa era de aproximadamente R$ 300, uma barbaridade. A ideia de recolher a água da chuva ocorreu em 2008, em um dia em que a rotina diária da oficina era embalada pelo martelar incessante dos pingos na janela.

Alves investiu cerca de R$4 mil para instalar duas calhas e um reservatório com capacidade para armazenar mil litros. Toda a água da chuva cai direto na caixa e é usada na descarga do banheiro, para a lavagem das peças e da própria oficina. "Hoje, 90% de toda a água usada aqui vem da chuva", diz Alves. "Depois de todos estes anos e de todos os aumentos, a conta fica por volta de R$ 115 por mês."

Os gastos para instalar o sistema de reúso da água da chuva foram recuperados em cerca de quatro meses. "De lá pra cá, tudo é lucro", diz. Nem a seca deste ano abala a confiança do empresário. Afinal, um único dia de chuva é suficiente para encher o reservatório.

Alves gostou dessa história de economizar água e passou a incentivar os funcionários a evitar qualquer desperdício em troca de bonificações. "Quando conseguimos reduzir a conta, compramos uma pizza, fazemos uma festa para os aniversariantes do mês ou um churrasco", conta. Agora, época de Copa do Mundo, o prêmio é assistir aos jogos.

A iniciativa levou o empresário a receber o selo de sustentabilidade do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa) e chamou a atenção de outras pessoas. "Tem gente que vem aqui só para ver como funciona o sistema", explica Alves, que foi convidado pelo Sebrae para fazer uma palestra em Manaus (AM).

DCI



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