Pesquisa da Unesp estuda uso de lodo como fertilizante

Data: 18/06/2014
Substância perde carga tóxica quando misturada ao solo, aponta análise

Pesquisadores do Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro (SP) estudam o uso do lodo, sobra tóxica do tratamento de esgoto, como fertilizante na agricultura. Uma análise feita apontou que na mistura com o solo durante um ano, a substância perdeu a carga poluente. Em 2013, a descoberta ganhou um prêmio do Ministério Federal de Educação e Pesquisa na Alemanha para jovens cientistas do mundo.

Atualmente, Rio Claro trata 55% do esgoto gerado pelos moradores. Na estação ele passa por vários processos até que a água fique em condições de retornar ao rio. O problema é o que o lodo que sobra do tratamento é prejudicial ao meio ambiente.

“O lodo é o resíduo da estação de tratamento de esgoto, ou seja, é o mesmo que o esgoto no meio ambiente. Então hoje existe um cuidado muito grande com esse lodo nas nossas estações de tratamento, onde armazenamos ele, transportamos e dispomos em aterro controlado”, afirmou o gerente de operações Alexandre Leite.

Além de poluente, o transporte ao aterro sanitário e a armazenagem desse material tem um custo alto. Na condição em que fica não teria nenhuma utilidade até a descoberta feita pelos pesquisadores da Unesp.

A pesquisa, feita pela aluna de pós-graduação do curso de ciências biológicas Dânia Elisa Christtofoleti Mazzeo, levou quatro anos para ser publicada.

A aluna misturou lodo ao solo em várias proporções e o enterrou. Depois de um ano, a análise mostrou que a carga tóxica contida no lodo havia desaparecido.


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