O desafio do saneamento frente à expansão populacional

Data: 11/06/2014
Por Leandro Moreira*



Com o aumento da população brasileira, que cresceu quase 1% entre 2012 e 2013 e agora está em 201 milhões de pessoas, a demanda por infraestrutura urbana é cada vez mais urgente. E de toda a infraestrutura urbana, o setor de saneamento, responsável pela gestão e distribuição da água e pela coleta e disposição do esgoto, certamente merece atenção especial.



O saneamento é uma das vertentes que devem ser analisadas como prioridade zero para o Planejamento Urbano de um município. A Lei do Saneamento Básico (11.445/2007), vale lembrar, tem como base quatro modalidades: abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais. De modo geral, a legislação contempla o Plano Nacional e o Plano Municipal de Saneamento Básico, tendo como exigências a regulação de padrões e normas para a prestação dos serviços, o estabelecimento de metas de expansão e de qualidade, a definição de tarifas e a coibição ao abuso do poder econômico.



Não só o déficit histórico na universalização dos serviços de saneamento, mas também a contínua expansão das cidades exige um ágil desenvolvimento de soluções e melhorias da capacidade de atendimento por parte das prestadoras de serviços do setor. Por isso são necessários tanto uma rápida expansão da área geográfica atendida quanto uma melhoria radical na gestão dos ativos já existentes, para fazer frente ao desafio de atender a seus consumidores satisfatoriamente.



Vários aspectos do crescimento urbano criam novos desafios para a prestação de serviços de saneamento. Faz-se necessária uma visão sistêmica da dinâmica urbana e dos componentes que interagem entre si, para desenvolver um conjunto de diretrizes que auxiliem na resolução dos problemas ligados ao saneamento. É necessário investir em ferramentas de gestão capazes de contextualizar a referência geográfica em todos os seus processos de negócio, dominando sua complexidade e volume de dados produzido diariamente.



Nesse sentido, os Sistemas de Informações Geográficas (GIS, na sigla em inglês) contribuem decisivamente para o gerenciamento dos serviços de saneamento. Ao permitir a análise do conjunto de informações necessárias à tomada de decisões em assuntos relacionados à distribuição da água e coleta de esgoto, o GIS permite elevar a um novo patamar a forma de gestão no saneamento. Note-se que em saneamento, todos os principais elementos – as redes de água e de esgoto, os consumidores e as próprias equipes de trabalho – estão distribuídos geograficamente, de modo que utilizar a geografia como a base para o conhecimento e tê-la como referência para a clareza das informações de campo, é fundamental para um bom planejamento.



Com o advento da geotecnologia, é possível viabilizar por meio de uma plataforma comum o acesso a todos os dados de negócios em uma empresa de saneamento. É possível prover atualização de informações de rede e ativos, integrar ordens de serviço, buscar informações do cliente e até mesmo preparar um relatório. Com as diversas ferramentas de análise espacial contidas no GIS, é possível rastrear impactos de problemas na rede, bem como analisar as tendências de desenvolvimento urbano que afetam a demanda futura. Os recursos de visualização e mapeamento proporcionam à equipe gestora das empresas de saneamento uma visão global integrada da rede em relação aos seus clientes e à toda infraestrutura ao redor.



Definitivamente, a expansão populacional não precisa ser um pesadelo ao setor. Basta que se disponha das ferramentas certas.



Leandro Moreira é gerente de Portfólio para a Vertical de Saneamento na Imagem

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