Bird ajuda a despoluir Capibaribe

Data: 17/04/2009

Bird ajuda a despoluir Capibaribe


O dinheiro para a revitalizção da Bacia do Rio Capibaribe – US$ 190 milhões – está quase garantido pelo Banco Mundial (Bird). Falta agora a população opinar sobre as obras, que preveem o esgotamento sanitário de cinco dos 27 municípios cortados pelo curso d’água.

A consulta pública, uma exigência do Bird para conceder o empréstimo, ocorre hoje, das 8h às 18h, em Limoeiro, a 90 quilômetros do Recife, com a presença de técnicos da instituição financeira. Durante a reunião será apresentado relatório de análise ambiental e social das obras.

O projeto foi elaborado pela Secretaria de Recursos Hídricos de Pernambuco, que negocia com o Bird desde julho do ano passado. São US$ 181 milhões para obras e ações de gestão da água e US$ 9 milhões para reserva técnica. Os US$ 181 serão destinados ao esgotamento sanitário dos cinco municípios (US$ 100 milhões), gestão (US$ 29 milhões) e redução de perdas (US$ 52 milhões).

O gerente-geral de Planejamento e de Gestão de Programas e Projetos da secretaria, Marcelo Asfora, adianta que os recursos destinados à gestão incluem a criação de uma agência estadual de recursos hídricos. Já as intervenções para redução das perdas se resume a melhorar a eficiência dos sistemas de abastecimento. Sobre os critérios de escolha dos cinco municípios, Asfora diz que atenderam ao grau de poluição e aos recursos já existentes para obras de esgotamento.

Os escolhidos foram Paudalho, Limoeiro, Salgadinho, Toritama e Vitória de Santo Antão. Segundo o gerente-geral da secretaria, os cinco contaminam com esgoto reservatórios utilizados no abastecimento da Região Metropolitana do Recife. “Não é que os outros 22 municípios cortados pelo rio não poluam o Capibaribe, mas esses cinco são os principais responsáveis pela sujeira em rios da bacia hidrográfica utilizados para a captação de água”, explica Asfora.

O esgoto de Toritama, no Agreste, atinge a barragem de Jucazinho, enquanto o de Paudalho, Limoeiro, Salgadinho e Vitória alcança o sistema de abastecimento de Tapacurá, que atende 40% da população do Grande Recife. “Estaremos, com o projeto, despoluindo o rio ao mesmo tempo que melhoramos a qualidade da água destinada ao abastecimento público”, explica.

A exclusão de Santa Cruz do Capibaribe, que também contribui para a sujeira de Jucazinho, exemplifica como foram aplicados os critérios de escolha dos municípios. “Santa Cruz também conta com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, para o saneamento básico. Então, foi excluído do projeto para o Capibaribe.”

As obras devem ser licitadas entre setembro e outubro. A implantação da rede de coleta e tratamento de esgoto nos cinco municípios apenas deve ser iniciada em 2011. O primeiro a ser atendido, informa Marcelo Asfora, será Salgadinho. A contrapartida do governo estadual no projeto, que totaliza US$ 317 milhões, foram os US$ 127 milhões empregados no sistema Pirapama, em fase de conclusão, no Grande Recife.

Segundo o engenheiro civil, as obras para reduzir as perdas do sistema são necessárias para aumentar a eficiência do abastecimento, e evitar danos aos sistema quando Pirapama entrar em operação. “A pressão na rede vai aumentar, agravando as perdas”, prevê.



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