Copasa promove palestra sobre os impactos das mudanças climáticas

Data: 15/05/2014
Quais efeitos as atividades humanas podem trazer à Terra até o final do século 21? Essa foi uma das perguntas respondidas pelo professor Dr. Filipe Duarte Santos durante a palestra “Mudanças Climáticas, conforme relatório do IPCC – Intergovernamental Painel on Climate Change”, promovida pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), no dia 9 de maio, na sede regional da empresa, em Belo Horizonte. A iniciativa faz parte de uma série de discussões internas com gerentes e empregados da Companhia, que acompanham os impactos das mudanças climáticas no abastecimento público.

O diretor de Operação Metropolitana da Copasa, Juarez Amorim, conduziu a palestra e chamou a atenção para a responsabilidade humana para as mudanças climáticas no planeta. “As secas e as precipitações já estão mais fortes. E o homem tem grande influência sobre essas incidências, já que a emissão de gases do efeito estufa aumentou e continuará aumentando a temperatura mundial, como indicam os estudos do IPCC”, afirmou o dirigente.

De acordo com o professor Dr. Filipe Duarte Santos, o gás carbônico emitido, por exemplo, durante a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, é um dos principais causadores do efeito estufa, que, por sua vez, provoca o aquecimento global. “Entre 1880 e 2012, o mundo aqueceu 0,85ºC em média. Parece pouco, mas se as emissões de gases do efeito estufa continuarem, a elevação da temperatura pode chegar a 4,8ºC até 2100. Neste caso, os impactos negativos sobre o clima irão se intensificar ainda mais”, afirmou o professor. Ele explicou que o aquecimento na atmosfera altera o ciclo da água e ocasiona repercussões graves como o derretimento de geleiras, chuvas brutais e estiagens prolongadas, dificultando toda forma de vida na Terra. Todas essas anomalias foram apontadas pelo 5º Relatório de Avaliação sobre Mudanças Climáticas, do Intergovernamental Painel on Climate Change (IPCC) ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, na tradução livre para o português, no primeiro trimestre de 2014.


Amorim lembrou que Minas Gerais já sofre os efeitos das mudanças climáticas. Exemplo disso foram os últimos três verões, marcados por estiagem incomum no Estado. Entre janeiro e março de 2014, por exemplo, choveu apenas 60% da média histórica para o período na Região Metropolitana de Belo Horizonte. "E há outra coisa que os estudos do IPCC apontam, que é o que os cientistas estão chamando de clima energético, em que as altas temperaturas fazem com que tenhamos mais água em forma de vapor", disse.

Adaptar é a saída
O cenário, porém, poderá ser atenuado se houver a participação ativa da população. “A solução é a adaptação, que se resume em mitigação, isto é, em diminuir as emissões de gases do efeito estufa e reduzir o consumo de água”, afirmou o Dr. Filipe Santos.

Como afirmou o diretor de Operação Metropolitana da Copasa, Juarez Amorim, a redução do consumo de água pode se tornar real de uma forma simples: usando da racionalidade de cada um. “O ser humano necessita usar a sua inteligência para mudar hábitos e entender que a água é um bem precioso e coletivo”, ressaltou.
O dirigente destacou que pequenas atitudes geram consideráveis economias de água, como manter a torneira fechada durante a escovação dos dentes, reduzir o tempo do banho e evitar o uso da mangueira para lavar as calçadas. “Precisamos da colaboração de todos para o uso consciente da água. Só assim vamos conseguir reverter esse quadro”, reforçou Amorim.

Pará de Minas: exceção ou regra?
Uma das cidades mais afetadas pela seca no Estado é Pará de Minas. No município, choveu pouco mais de 30% da média histórica, entre janeiro de março deste ano. “Será que Pará de Minas é excepcionalidade um ponto fora da curva ou um indício de que outras localidades poderão, em breve, ser atingidas também?”, indagou Juarez Amorim, chamando os empregados para discutir o assunto.
O dirigente afirmou que a Copasa tem cuidado e acompanhado diariamente cada centímetro dos níveis dos reservatórios de água e frisou a necessidade do apoio da população.
A Companhia já tem tomado medidas para estimular a economia de água em Pará de Minas. Quem reduzir o consumo de água em 20% terá desconto de 30% na sua conta e quem consumir 30% a menos receberão desconto de 40% no valor de sua tarifa. O desconto está ocorrendo desde abril e vai até o próximo 31 de outubro. Para o cálculo do desconto, a Copasa vai fazer a média gasta pelo usuário no período que compreende março de 2013 a fevereiro de 2014.

Os descontos integram um pacote de medidas implantado em abril pela Copasa em Pará de Minas. O sistema local também está sendo reforçado com a perfuração de poços artesianos e com abastecimento complementar por caminhões-pipa. Além disso, a fábrica da Itambé na cidade está sendo abastecida por água do Sistema Serra Azul da Copasa.

Professor Dr. Filipe Duarte Santos
O professor Dr. Filipe Duarte Santos é membro do IPCC, órgão da ONU que divulga a cada seis anos um relatório com a situação climática do planeta. Ele é também membro efetivo da Academia das Ciências de Lisboa e rege disciplinas nas áreas da Física, Ambiente e Alterações Globais. Além disso, foi professor convidado em várias universidades dos Estados Unidos e da Europa, publicou mais de 140 artigos científicos em revistas portuguesas e internacionais e também livros em várias áreas de Ambiente, Alterações Globais e Alterações Climáticas.

Copasa



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