Abastecimento de água em reserva indígena de MS é irregular

Data: 01/04/2009

Abastecimento de água em reserva indígena de MS é irregular


Índios da reserva de Dourados, em Mato Grosso do Sul, reclamam da má qualidade e da escassez de água no local. A distribuição é irregular e nem todos têm acesso. A dona Liri e o marido bebem a água que sai da pequena mina sem qualquer tratamento. A cor esverdeada é o indício de contaminação. Mas o casal caiuá, que não fala português, não tem outra fonte para buscar água.

Cinco por cento das famílias que vivem na reserva indígena de Dourados não recebem água tratada. Para lavar roupa, a índia caiuá usa a água suja que sobra da cozinha. Mas, para o consumo da família, é preciso buscar água nos vizinhos.

Até mesmo nas casas por onde passa a rede o abastecimento é irregular. A índia caiuá Narcisia Peixoto já se acostumou a armazenar a água. “Quando a água não vem, eu tiro dos galões e dou para a minha vizinha. Eles não têm água”, disse.

A reserva fica a apenas oito quilômetros de Dourados. Doze mil indígenas vivem em uma área de 3,5 mil hectares. Se na cidade a responsabilidade pelo serviço de abastecimento é de uma empresa contratada pelo governo do estado, na reserva o trabalho cabe à Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

O coordenador regional da Funasa, no estado, Flávio Britto, reconhece o problema. “Desde dezembro já perfuramos três novos poços com pouca vazão. Estamos perfurando o quarto poço para buscar mais oferta de água. Estamos tentando minimizar o problema que vai desde o desperdiço de água até o uso indevido”, falou.

A Funasa informou também que, em 2009, devem ser gastos R$ 300 mil para resolver o problema na reserva.


< voltar