Relatora da ONU desafia Portugal a liderar luta pelo acesso à água e ao esgotamento sanitário

Data: 22/10/2013
Em declarações a propósito da Cúpula da Água 2013, realizada em Budapeste (Hungria) e na qual interveio, a portuguesa Catarina Albuquerque explicou que este encontro, que reuniu 1.500 participantes se enquadra no trabalho de preparação de uma agenda de desenvolvimento pós-2015.

A ideia deste encontro, por onde passaram o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e os chefes das agências da ONU, foi "dar visibilidade a esta área e torná-la um objetivo de desenvolvimento pós-2015 inevitável", afirmou Catarina Albuquerque. O objetivo, segundo a relatora da ONU, deve ser a universalização do acesso à água e ao esgotamento sanitário até 2030.

Ban Ki-moon considerou "uma vergonha" que mais de um 1/3 da população mundial tenha que consumir água não potável e viver sem sistemas de tratamento de águas residuais, pedindo "medidas urgentes" para abordar estes problemas. O secretário-geral da ONU recordou que a diarreia é a segunda causa de morte entre os menores de cinco anos, e defendeu que qualquer gasto nesse âmbito é um investimento no futuro.

Apesar de reconhecer que muitos progressos têm sido feitos no setor do saneamento, contribuindo para que em 2010 se tivesse alcançado uma meta para 2015, Catarina Albuquerque considera ainda insuficientes estes avanços.

"Se tivermos um objetivo claro, isso vai obrigar os países a darem mais prioridade ao saneamento", o que terá impacto em outros setores, disse, exemplificando que metade dos leitos dos hospitais nos países em desenvolvimento estão ocupados com pessoas com diarreias e outras doenças relacionadas com a falta de qualidade da água, o que provoca gastos na saúde e perdas na produtividade.

Recordando que a proposta "saneamento para todos até 2030" já foi apresentada à comunidade internacional por ela própria, mas também pela UNICEF, pela Organização Mundial de Saúde e pelo painel de alto nível nomeado pelo secretário-geral da ONU, a relatora explicou que agora falta "colocar pressão sobre os Estados-membros das Nações Unidas para que apoiem" aquele objetivo.

aguaonline


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