Pesquisa avalia a qualidade da água consumida no município de Coari, no Amazonas

Data: 25/03/2009

Pesquisa avalia a qualidade da água consumida no município de Coari, no Amazonas


Um estudo financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), realizado pelos alunos de Iniciação Científica do curso de Biologia e Química da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Nayara Martins e Claus da Silva, orientado pelo professor Helder Santos, está mudando um hábito comum da região amazônica: o de abrir poços artesianos para abastecimento de água. A pesquisa teve como público-alvo os moradores de Coari (AM), cidade localizada a cerca de 370 quilômetros de Manaus, em linha reta.

Segundo o orientador do trabalho, que foi exposto na seção de pôsteres da Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Tabatinga, o fato de uma boa parte da população ainda se abastecer de água subterrânea, extraída de poços perfurados sem nenhuma fiscalização, foi o que chamou a atenção dos pesquisadores. “Por conta dessa realidade, os pesquisadores visitaram algumas áreas do centro da cidade com o objetivo de coletar e analisar a água nos aspectos físicos químicos e bacteriológicos, no segundo semestre de 2008”, explicou.

A pesquisa foi motivada também pelo fato de, no ato da abertura da maioria dos poços na cidade, não existir controle por parte das autoridades sobre a perfuração de poços particulares. “Por conta disso, as pessoas abriram muitos poços de forma improvisada e de forma irregular, indo contra os parâmetros sanitários mínimos necessários para garantir uma água de qualidade”, complementa Helder.

Como já era previsto, a pesquisa chegou à conclusão de que toda água dos locais estudados está com problemas, ou seja, apresenta alterações químicas inadequadas ao consumo humano.

“De acordo com as análises laboratoriais as amostras apresentaram Ph (acidez) acima do recomendado para o consumo humano e em alguns casos existe ainda a presença de coliformes fecais (fezes humanas) e totais (de animais), algo que os usuários nem imaginavam”, revela.

Além de analisar a qualidade da água, os pesquisadores foram além e ajudaram os proprietários dos poços a detectarem a origem dos problemas para encontrar as possíveis soluções, dependendo de cada caso.

Os resultados foram tão expressivos que a companhia responsável pelo abastecimento de água no município (Caesp) teve acesso aos dados da pesquisa e passou a acompanhar mais de perto a abertura de novos poços com o suporte de empresas especializadas e geólogos a fim de evitar que os novos poços perfurados apresentem os mesmos problemas.



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