Crise reduz emissão de CO2 industrial no país
A crise financeira internacional trouxe um efeito positivo, pelo menos para o meio ambiente. Estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a queda na produção industrial dos principais setores exportadores no país levou à redução na emissão de 1,783 milhão de toneladas de carbono desde o final do ano passado.
Esse volume representa 4,7% das emissões registradas pela indústria paulista, que totalizaram 38 milhões de toneladas em 2006. Os dados constam do relatório Comunicado da Presidência número 18, divulgado ontem e que faz uma avaliação dos impactos da crise no país.
De acordo com o texto, a crise aliviou o meio ambiente no Brasil. Vale lembrar, no entanto, que as emissões industriais no Brasil representam uma parcela pequena do volume total de lançamento de CO2 cujos maiores emissores são as queimadas. É o desmatamento, e não as emissões industriais, que coloca o Brasil entre os cinco maiores emissores do mundo.
Segundo o documento, a maior redução ocorreu na indústria de ferro e aço, que deixou de emitir na atmosfera 1,12 milhão de toneladas de carbono. Em segundo lugar vem a indústria automobilística, que evitou emissões de 569,4 mil toneladas de carbono. Em terceiro e quarto lugares estão as indústrias de cimento (menos 53,5 mil toneladas) e a de alumínio (deixou de jogar 40,1 mil toneladas no ar).
O estudo não inclui os produtos agropecuários, como carne e soja, pois afirma que seus efeitos são insignificantes e têm se ajustado no decorrer dos últimos meses. O Comunicado da Presidência argumenta que esses dados podem servir de oportunidade para uma reflexão sobre as emissões da indústria brasileira.
Um relatório divulgado em fevereiro pela Agência Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) nos EUA revelou, no entanto, que as concentrações de CO2 na atmosfera aumentaram no ano passado em relação a 2007, de 382, 7 partes por milhão (ppm) para 384,9 ppm. A expectativa era de redução justamente por conta da desaceleração da economia.
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