Crise reduz emissão de CO2 industrial no país

Data: 19/03/2009

Crise reduz emissão de CO2 industrial no país


A crise financeira internacional trouxe um efeito positivo, pelo menos para o meio ambiente. Estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a queda na produção industrial dos principais setores exportadores no país levou à redução na emissão de 1,783 milhão de toneladas de carbono desde o final do ano passado.

Esse volume representa 4,7% das emissões registradas pela indústria paulista, que totalizaram 38 milhões de toneladas em 2006. Os dados constam do relatório Comunicado da Presidência número 18, divulgado ontem e que faz uma avaliação dos impactos da crise no país.

De acordo com o texto, a crise aliviou o meio ambiente no Brasil. Vale lembrar, no entanto, que as emissões industriais no Brasil representam uma parcela pequena do volume total de lançamento de CO2 — cujos maiores emissores são as queimadas. É o desmatamento, e não as emissões industriais, que coloca o Brasil entre os cinco maiores emissores do mundo.

Segundo o documento, a maior redução ocorreu na indústria de ferro e aço, que deixou de emitir na atmosfera 1,12 milhão de toneladas de carbono. Em segundo lugar vem a indústria automobilística, que evitou emissões de 569,4 mil toneladas de carbono. Em terceiro e quarto lugares estão as indústrias de cimento (menos 53,5 mil toneladas) e a de alumínio (deixou de jogar 40,1 mil toneladas no ar).

O estudo não inclui os produtos agropecuários, como carne e soja, pois afirma que seus efeitos “são insignificantes e têm se ajustado no decorrer dos últimos meses”. O Comunicado da Presidência argumenta que esses dados podem servir de oportunidade para uma reflexão sobre as emissões da indústria brasileira.

Um relatório divulgado em fevereiro pela Agência Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) nos EUA revelou, no entanto, que as concentrações de CO2 na atmosfera aumentaram no ano passado em relação a 2007, de 382, 7 partes por milhão (ppm) para 384,9 ppm. A expectativa era de redução justamente por conta da desaceleração da economia.



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