Bancos de desenvolvimento financiaram US$ 109 bi em energia limpa em 2012

Data: 12/09/2013

Pela primeira vez, os financiamentos dos bancos de desenvolvimento para energia renovável, eficiência energética e em melhorias para transmissão e distribuição de energia ultrapassaram a marca dos 100 bilhões, chegando a US$ 109 bilhões em 2012.
O levantamento foi feito pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF), que avaliou as ações de 26 instituições financeiras desde 2007, e destacou que US$ 425 bilhões já foram disponibilizados para essas categorias, que a consultoria reúne sob o termo “financiamentos em energia limpa”.
O crescimento dos financiamentos no ano passado com relação ao anterior foi de 19%, uma tendência que deve se manter, já que muitas dessas entidades estão seguindo a decisão do Banco Mundial de abandonar o carvão. Assim, estão cada vez mais utilizando seus recursos destinados para o setor de energia em projetos relacionados com fontes alternativas.
“Para 2013, esperamos pelo menos 15% de expansão nos financiamentos de bancos de desenvolvimento. Existe um potencial ainda maior de crescimento, com as instituições dos países emergentes ficando mais ativas”, afirmou Abraham Louw, analista da BNEF.
O banco alemão KfW aparece como o maior financiador de 2012, com US$ 34,35 bilhões. Desde 2007, a instituição já liberou US$ 146,8 bilhões para energias limpas. O Banco de Desenvolvimento da China ficou em segundo lugar, com US$ 26 bilhões no ano passado e US$ 77,8 bilhões no total. Em seguida aparece o BNDES, com US$ 11,68 bilhões em 2012 e US$ 46,8 bilhões desde 2007.
Entre os destinatários dos financiamentos, os projetos de energias renováveis foram o que mais receberam recursos. Dos US$ 425 bilhões em investimentos, US$ 225 bilhões foram para eles.
Desse total, US$ 36,3 bilhões foram para hidroeletricidade, US$ 27,5 bilhões para eólica, US$ 17,6 bilhões para bioenergia, US$ 12,1 bilhões para solar e US$ 3,2 bilhões para geotérmica.
Eficiência energética recebeu US$ 170,7 bilhões, e transmissão e distribuição, US$ 28,6 bilhões.
A Europa foi o continente que mais contou com financiamentos, US$ 216,7 bilhões. Em seguida aparecem Ásia, US$ 122 bilhões, América do Sul e Central, US$ 66,2 bilhões, e África, 14,6 bilhões. A América do Norte e o Caribe receberam apenas US$ 4,7 bilhões, o que a BNEF explica pela falta de atuação de bancos de desenvolvimento nos Estados Unidos.
O relatório da BNEF também destaca que os financiamentos chamados de Sul-Sul, ou seja, entre países em desenvolvimento, chegaram a um valor recorde US$ 7,5 bilhões. Os financiamentos Norte-Sul alcançaram os US$ 9,9 bilhões.
(Instituto CarbonoBrasil)


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