Copasa implanta rede de esgoto na Fundação Zoobotânica de BH

Data: 06/09/2013



A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) realiza mais uma obra do conjunto de 37 ações planejadas para reduzir em mais de 95% o esgoto sanitário lançado na Lagoa da Pampulha. A empresa está implantando, no Jardim Zoológico de Belo Horizonte, 6.271 metros de redes coletoras (responsáveis pela coleta do esgoto) e interceptoras (que conduzem o esgoto das redes coletoras até a Estação de Tratamento de Esgotos - ETE).

As obras iniciaram no primeiro semestre deste ano e o término está previsto para dezembro próximo. Com a interligação da rede do zoológico à da Copasa, cerca de 4 mil animais farão parte da história de evolução do sistema de esgotamento sanitário da instituição. Orçado em R$ 1,2 milhão, o empreendimento já teve 30% das intervenções concluídas e vai direcionar todo o efluente gerado na área para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Onça, localizada no bairro Ribeiro de Abreu.

Investindo em ações que contribuam para a despoluição da Lagoa da Pampulha, a Copasa classifica a obra no zoológico como um passo fundamental para melhor qualidade de vida dos visitantes deste espaço e da orla da lagoa. O chefe do Distrito de Belo Horizonte Norte, Wanderley Fonseca, explica que os benefícios gerados com a implantação desta rede vão muito além de melhorias nas condições sanitárias no local. “Com a despoluição do córrego que deságua na Lagoa da Pampulha, sua área de influência vai se tornar muito mais agradável, devolvendo à população a orla como espaço de lazer e convivência”, destaca.

A estruturação da rede no zoológico irá destinar à ETE Onça os dejetos de todos os banheiros públicos, bares e administração da Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte (FZB-BH). O atendimento vai contemplar, ainda, os recintos dos animais e a demanda crescente nos finais de semana, quando são recebidos 30 mil visitantes, aproximadamente.

Evolução no zoológico de Belo Horizonte

Fundado em 1959, o Jardim Zoológico da capital mineira ocupa uma área de 145 hectares, abrigando mais de 270 espécies entre répteis, aves, anfíbios e mamíferos, representantes dos cinco continentes. O espaço recebe, anualmente, mais de 1 milhão de visitantes, metade destes, estudantes.

Desde sua criação, o sistema utilizado para destinação de dejetos é o de fossas (cavidades abertas no solo para armazenamento de detritos). Há dez anos foi construído o primeiro trecho de rede de esgoto interna na portaria 2. Em 2009, a implantação do aquário temático da Bacia do Rio São Francisco também foi contemplada com rede de esgoto.

Preocupada com as questões ambientais, a Fundação Zoobotânica acionou a Copasa, em 2003, para iniciar as negociações no sentido de implantar a rede de esgoto interna, fazendo a interligação à rede da Companhia, que destinaria o material para a ETE Onça. Além disso, a Zoobotânica verificou que, com o aumento significativo da quantidade de visitantes, a implantação de novas fossas sépticas seria inviável por questões financeiras e de manutenção. “Mesmo utilizando equipamentos modernos, como fazemos hoje, a limpeza de fossas é operacionalmente difícil”, destaca o presidente da FZB, Jorge Espeschit.

A Copasa, sensível às necessidades e engajada com as ações previstas pelo Projeto Meta 2014, que reúne esforços em prol da revitalização da bacia do rio das Velhas, doou, em setembro de 2011, à Fundação Zoobotânica, o projeto completo do sistema interno de esgotamento.

Reafirmando a parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, a Copasa assumiu, também, a execução da obra. A implantação do projeto também foi facilitada pela instalação da Estação Elevatória de Esgoto (EEE) Pampulha, localizada no bairro Braúnas, que reduziu os custos de construção da rede na FZB-BH.

No final de 2013, com o novo sistema de esgotamento sanitário implantado, a fauna ali existente passará a contar com tratamento integralmente adequado para os dejetos que gerar. Acompanhando o processo desde o início das negociações, o diretor do Departamento de Administração e Finanças, Eriverto dos Reis, reconhece o avanço. “Estamos saindo da década de 1950 e entrando no século 21, em termos de saneamento. Atravessaremos um século em poucos meses”, ressalta.

O diretor do Jardim Zoológico, Carlyle Mendes Coelho, afirma que, com o tratamento adequado do esgoto, os visitantes vão passar a contar com um espaço mais limpo, compatível com a visão organizacional. “Sabemos dos problemas gerados por tratamentos inadequados de efluentes, principalmente para a Zoobotânica, que preza a manutenção ambiental”, disse.

Programa de Despoluição da Bacia da Lagoa da Pampulha

Em 2002 a Copasa assumiu o compromisso de contribuir para a melhoria da qualidade da água da Lagoa da Pampulha. Desde então, a Companhia já investiu, aproximadamente, R$ 430 milhões na construção de Estação de Tratamento de Efluentes (ETAF) Pampulha, na implantação de tratamento secundário na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Onça, além da instalação de redes coletoras e interceptoras. Também foram construídas nove estações elevatórias; e outras seis estão previstas para Belo Horizonte e Contagem.

A Bacia da Lagoa da Pampulha é formada por oito sub-bacias, localizadas em Belo Horizonte e Contagem. Possui uma área de 98,4 quilômetros quadrados, o equivalente a 14 mil campos de futebol. Faz parte da Bacia do Ribeirão do Onça e integra a Bacia do Rio das Velhas.

Além de recursos próprios e do Estado, a Copasa conta com um investimento de R$ 102 milhões, oriundo do Governo Federal, por meio do PAC II. Essa parceria possibilitou a implantação de redes coletoras e interceptoras na Bacia da Lagoa da Pampulha, incrementando 11 mil novas ligações de esgoto.

Benefícios com a participação de todos

A despoluição da Bacia da Lagoa da Pampulha integra a meta estrutural de 2014 do Governo de Minas, que visa despoluir o Rio das Velhas, o que amplia a dimensão do programa. As intervenções previstas implicam, em algumas áreas, a remoção e o reassentamento de aproximadamente 300 famílias. Elas poderão optar por indenização financeira ou morar em unidades habitacionais a serem construídas pela Copasa.

O comportamento social é outra vertente trabalhada para refletir impactos positivos. “A participação das comunidades abrangidas pelas obras, 80% sendo executadas em Contagem, é de extrema importância para o sucesso do programa”, ressalta o superintendente de Serviços e Tratamento de Efluentes da Copasa, Eugênio Silva.

A geração de resultados efetivos na despoluição da bacia depende da contribuição de toda a sociedade. O superintendente Eugênio Silva alerta, ainda, para a contrapartida do trabalho da Copasa. “A Companhia trabalha na retirada do esgoto, mas a população deve fazer sua parte não jogando lixo nos córregos. Outro ponto fundamental é proceder à ligação da rede de seus imóveis à rede da Copasa”, destaca.

Preocupada em despertar a consciência ambiental da população, a Copasa atua, em parceria com as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem, junto às comunidades do entorno das obras. O objetivo é mobilizar esse público-alvo, sensibilizando-o quanto à importância de adotar atitudes sustentáveis, tendo, com isso, o retorno da beleza do cartão-postal de Belo Horizonte. Além disso, outro benefício resultante de ações ambientais corretas é o resgate da Lagoa da Pampulha como área de lazer e a valorização dos imóveis da região.

agência minas


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