Ecossistemas de inovação e futuro

Data: 02/09/2013
Jorge Luís Nicolas Audy


Nesta semana, o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) completa 10 anos de existência. No final do século passado e nos primeiros anos do atual, no contexto do projeto Porto Alegre Tecnópole, um grupo de pesquisadores e gestores da universidade desenvolveu uma visão que mudou a percepção da sociedade gaúcha e brasileira com relação ao papel das instituições de Ensino Superior no desenvolvimento regional.

Hoje, 10 anos depois, no contexto de novos projetos que envolvem líderes da sociedade (Projeto Cite), a prefeitura municipal (POA Start Up) e o governo estadual (Projeto RS Tecnópole), o Tecnopuc completa uma década de inovação. São cerca de 110 empresas instaladas, mais de 5,7 mil empregos diretos, contribuindo na identificação de Porto Alegre como um dos principais ecossistemas de inovação do país e da América Latina.

Os desafios para os próximos anos envolvem a consolidação da operação em Porto Alegre e a expansão das operações para Viamão, na área onde funcionava o Seminário Maior, com amplo espaço para crescer em lugar muito agradável em meio à natureza. Quando iniciamos a operação do Tecnopuc, o foco era na captação de bolsas e novas oportunidades para pesquisadores e alunos. Com o tempo, o parque transbordou essa visão inicial e se tornou um ecossistema de inovação de referência na América Latina, atraindo desde grandes empresas internacionais até organizações de pequeno e médio portes e startups.

Hoje, no mundo todo, como no projeto Horizontes 2020 da Comunidade Europeia, busca-se a construção de ecossistemas de inovação, que permitam que pessoas com talento, ideias e recursos possam transformar, por meio da inovação, a realidade que vivemos, gerando melhor qualidade de vida e sustentabilidade para a nossa sociedade.

No futuro, ambientes de inovação, como os parques científicos e tecnológicos, passam pelo protagonismo no processo de desenvolvimento das regiões que os abrigam. Cidades e Estados que criam condições para o florescimento desses ambientes estarão mais bem posicionados para enfrentar e vencer os desafios e aproveitar as oportunidades que o século 21 apresenta. Este é o grande desafio: atender às novas demandas de uma sociedade em transformação, como protagonistas de um novo e qualificado processo de desenvolvimento, atuando de forma articulada com os diversos níveis de governo, as empresas e as demais instituições de ensino e pesquisa da Capital e do Estado. Essa ação conjunta entre os diversos atores de nossa sociedade nos permite visualizar novos tempos e um futuro mais promissor para a nossa gente.

* Jorge Luís Nicolas Audy é Pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, vice-presidente da Anprotec

Jornal da Ciência


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