Esecialistas em recursos hídricos e agronegócio mostram os desafios de aliar produção e conservação ambiental

Data: 23/08/2013



O Seminário Água e Agricultura - Desafios para o Agronegócio e a Proteção do Capital Natural reuniu na última terça-feira (20 de agosto), em São Paulo (SP), representantes de áreas fundamentais para sustentabilidade no campo, que dialogaram sobre um dos principais desafios enfrentados na atividade agrícola: aliar preservação de recursos hídricos à produção de alimentos e insumos. No evento, realizado dentro do Programa Produzir e Conservar, uma parceria da ONG Conservação Internacional (CI-Brasil) e da Monsanto do Brasil, a opinião dos palestrantes foi unânime: é preciso conciliar cada vez mais produção e conservação, pois uma depende inevitavelmente da outra. “Estamos avançando bastante nesse equilíbrio, mas precisamos ainda aprimorar as discussões e ações conjuntas, que devem envolver o setor público, o privado e as organizações não-governamentais”, avaliou André Guimarães, diretor-executivo da CI-Brasil.



Para o superintendente-adjunto de Regulação da Agência Nacional de Águas (ANA), Patrick Thadeu Thomas, os avanços na gestão de recursos hídricos favorecem hoje uma participação mais ativa de vários setores do agronegócio, pois as decisões passaram a ser descentralizadas e tomadas por fóruns independentes. “O desafio maior é gerenciar o uso da água. Não podemos permitir que o agricultor deixe de produzir por causa da escassez de água”, argumentou.



O especialista em agronegócio e bionergia, Marcos Jank, também defendeu uma melhor gestão e distribuição dos recursos hídricos e apresentou exemplos de pesquisas e aprimoramentos de processos para ampliar a eficiência no uso da água. “A indústria canavieira tem como meta a utilização de 1 m³ de água por tonelada de cana-de-açúcar. Em 1990 eram utilizados na produção 6 m³ por tonelada de cana”, afirmou Jank. De acordo com o especialista, a redução expressiva passou pelo menor uso de água no cultivo, melhorias de processos, colheita crua e limpeza de cana a seco.



Participaram ainda dos debates o pesquisador do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e do Ministério das Ciências e Tecnologia, Arnaldo Carneiro Filho, o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba, Edmundo Barbosa, o prefeito de Luís Eduardo Magalhães (BA), importante fronteira agrícola do Oeste da Bahia, Humberto Santa Cruz, a diretora global de Ecossistemas Agrícolas Sustentáveis da Monsanto, Gabriela Burian, e o vice-presidente sênior para as Américas da CI, Fabio Scarano. “A precipitação de chuva não é o único fator responsável pela disponibilidade da água. Somos responsáveis por preservar a biodiversidade que reflete na disponibilidade de água e para isso precisamos integrar todos os setores da cadeia produtiva”, lembrou Fabio Scarano.





União em prol da biodiversidade



Durante o Seminário Água e Agricultura, o diretor-executivo da Conservação Internacional, André Guimarães, destacou os resultados alcançados no Programa Produzir e Conservar, realizado em conjunto com a Monsanto. De acordo com ele, o programa foi crucial para proteger mais de 200 mil hectares de áreas naturais por meio do apoio à criação e implementação de unidades de conservação, além de ter contribuído para a construção de políticas públicas, especialmente no que tange os serviços ambientais vinculados ao uso da água e a restauração ecológica. Outro resultado foi o estímulo à formação da cadeia produtiva da restauração ecológica, a capacitação de técnicos de diversos setores da sociedade e o estabelecimento de processos de restauração em cerca de 10 mil hectares de vegetação nativa nas regiões da Mata Atlântica no Nordeste e do Cerrado no Oeste da Bahia. “Mais importante do que os números é a mudança de paradigma, que aproximou a produção agrícola da conservação. E nesse sentido, a tecnologia é uma grande aliada”, afirmou Guimarães.



A agricultura responde hoje por 70% do uso da água doce do planeta. Já a indústria é responsável por 20% da água consumida e as cidades, por 10%. Para a diretora global de Ecossistemas Agrícolas Sustentáveis da Monsanto, Gabriela Burian, a preservação de recursos hídricos é um desafio global, que deve envolver todos os setores da sociedade. “Há cinco anos iniciamos a experiência desafiadora de desenvolver um trabalho conjunto entre uma empresa do agronegócio e uma ONG conservacionista. Houve desconfiança tanto de ONGs quanto do setor agrícola com relação a essa aproximação. Hoje podemos sentir orgulho dos resultados dessa parceria e levarmos para outros países essa agenda de diálogo aberto e trabalho conjunto entre os setores conseguindo avanço efetivo de maior produção de alimentos e conservação de áreas”, afirma.



Por meio do Programa Produzir e Conservar foram investidos US$ 13 milhões, entre 2008 e 2013, em ações na conservação da biodiversidade em paisagens agrícolas das regiões da Mata Atlântica no Nordeste e do Cerrado no Oeste da Bahia. As ações visaram, principalmente, evitar o desmatamento, a extinção de espécies e contribuir para o cumprimento da legislação ambiental por parte de proprietários rurais. Durante os cinco anos de trabalho foram estabelecidas parcerias estratégicas com organizações do terceiro setor e governos para incentivar melhores práticas de uso sustentável da terra, promover a proteção do hábitat natural em áreas prioritárias e auxiliar os produtores rurais no desenvolvimento de ações para a adequação ambiental das propriedades.



Sobre a Conservação Internacional

A Conservação Internacional (CI) é uma organização privada, sem fins lucrativos, fundada em 1987 com o objetivo de promover o bem-estar humano fortalecendo a sociedade no cuidado responsável e sustentável para com a natureza – nossa biodiversidade global – amparada em uma base sólida de ciência, parcerias e experiências de campo. Como uma organização não governamental (ONG) global, a CI atua em mais de 40 países, distribuídos por quatro continentes. Em 1988, iniciou seus primeiros projetos no Brasil e, em 1990, se estabeleceu como uma ONG nacional. Possui escritórios em Belo Horizonte-MG, Belém-PA, Brasília-DF e Rio de Janeiro-RJ, além de uma unidade avançada em Caravelas-BA.



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Sobre a Monsanto

Presente há 50 anos no Brasil, a Monsanto é uma empresa dedicada à agricultura e referência em inovação tecnológica. Pioneira no desenvolvimento de herbicidas, sementes convencionais e geneticamente modificadas, a Monsanto oferece soluções sustentáveis que proporcionam aos agricultores produzir mais, conservar mais e melhorar vidas. Para isso, investe anualmente mais de US$ 1,4 bilhão em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, além de compartilhar seu conhecimento com produtores para ampliar o acesso a modernas tecnologias agrícolas. Desde que chegou ao país, em 1963, a Monsanto cresceu em estrutura e no desenvolvimento de soluções para o campo, o que faz da unidade brasileira a segunda maior e mais importante da companhia em todo o mundo. Cerca de 2.500 funcionários trabalham nas fábricas, unidades e escritórios distribuídos pelo Brasil.

A Monsanto faturou R$ 3,4 bilhões no Brasil em 2012 produzindo e comercializando a linha de herbicidas Roundup, sementes de soja convencional (Monsoy) e geneticamente modificada (tecnologia Roundup Ready®), sementes convencionais e geneticamente modificadas de milho (Agroeste, Sementes Agroceres e Dekalb), sementes de sorgo, algodão (Deltapine) e, ainda, sementes de hortaliças (Seminis). Em novembro de 2008, passou a atuar no mercado de cana-de-açúcar com a marca Canavialis.



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