São Carlos terá Parque Eco Tecnológico

Data: 12/08/2013
Foram praticamente seis anos para o projeto sair do papel e virar realidade. Em agosto a primeira de uma série de 100 empresas com base tecnológica entrará em operação no Parque Eco Tecnológico Damha, o primeiro de terceira geração do Brasil. Instalado em São Carlos, a 230 quilômetros da capital paulista, o empreendimento integra esporte, lazer e moradia em um complexo empresarial e de negócios, em uma área de 14 milhões de metros quadrados, dos quais mais de um milhão a serem ocupados apenas por empresas. É, também, o primeiro parque tecnológico brasileiro a somar recursos da iniciativa privada e pública, com recursos de órgãos e agências de fomento dos governos estadual, federal, da prefeitura de São Paulo e de universidades e institutos de pesquisa.

“Foi um grande desafio criar um Parque Tecnológico com o objetivo de aproximar empresas, centros de pesquisa e universidades, propiciando um ambiente de inovação com geração de conhecimento, a partir da iniciativa privada”, avalia José Paranhos, sócio da Damha Urbanizadora, responsável pela implantação do complexo. “Mas o pioneirismo poderá servir de exemplo para outras iniciativas se multiplicarem pelo país, garantindo a transformação do conhecimento das universidades em negócios, gerando emprego, renda e retendo o conhecimento onde ele é gerado”, afirma.

Embora o parque só comece a operar efetivamente no próximo mês, a expectativa de José Paranhos já começa a se concretizar. “Temos recebido a visita de muitas prefeituras interessadas em conhecer mais a fundo o modelo do Eco Parque Tecnológico Damha e também de empreendedores da Alemanha, Suíça, Coreia, Japão e Itália, donos de empresas de base tecnológica dispostas a expandir suas operações no Brasil”, afirma José Octávio Armani Paschoal, presidente do Instituto Inova, responsável pela gestão do novo parque.

Nesta primeira fase, o Parque Eco Tecnológico receberá cerca de cem empresas, 35% da área de saúde, principalmente equipamentos médicos, laser, LED, ótica e fotômetro embarcado; 30% do segmento de tecnologia da informação e mecatrônica; entre 15% e 20% de negócios ligados a biotecnologia e nanotecnologia e as demais especializadas em novos materiais. Neste último bloco está a MIB - Materials Institute of Brazil, a primeira a entrar em operação no novo parque.

Especializada em controle de qualidade de materiais e análise de falha de componentes, além de projetos de desenvolvimento de novos materiais, a empresa projeta um crescimento superior a 30% com a mudança para a nova sede. “Há cinco anos protocolamos a nossa intenção de integração e em agosto concretizaremos o projeto que demandou um investimento de R$ 1,5 milhão”, afirma o sócio Marcelo Tadeu Milan. São 700 metros quadrados de área construída e mil metros quadrados para futura expansão. O projeto da MIB contempla as exigências de construção sustentável, com uso de telhas termoacústicas, aquecimento solar, vidros termoreflexivos, poço para aproveitamento da água da chuva e reciclagem de lixo.

Aplicar pelo menos sete itens que caracterizam uma construção sustentável é uma exigência do Parque Eco Tecnológico Dahma para os condôminos. O local recebeu a certificação Processo Aqua (Alta Qualidade Ambiental) - Bairro Sustentável, conferida pela Fundação Vanzolini, justamente por seguir à risca as regras de construção e segmentação das áreas de atuação das empresas ali instaladas. O empreendimento é, ainda, pioneiro na apresentação de uma gestão integrada, que alia a norma de gestão ambiental ISO 14001 ao referencial técnico da certificação Aqua.

(Valor Econômico)


< voltar