A Amazônia e o futuro que queremos
O Futuro Sustentável que Queremos para a Humanidade foi o tema central de seminário organizado pela PUC-Rio, na manhã de segunda-feira (22 de julho), data da chegada do papa Francisco ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude. O evento marcou o início da semana e mostrou parte do enfoque da Jornada, pois discutiu a importância da preservação da natureza como responsabilidade da fé e da ética religiosa e humana.
Claudio Maretti, líder da Iniciativa Amazônia Viva, também representando a secretária geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, participou como palestrante do painel específico sobre sustentabilidade moderado pelo professor Fernando Walcacer, coordenador do curso de Direito Ambiental da PUC-Rio, e elogiou a abertura e disposição da Igreja Católica e da PUC-RJ em dialogar com outras organizações e pessoas que têm interesses comuns, mas que não são exatamente iguais. O especialista em meio ambiente apresentou a importância da Amazônia como o bioma mais rico em biodiversidade do planeta e a sua população, com seus diferentes modos de vida baseados na relação com a natureza e sua dinâmica. Ele também destacou o papel fundamental da Amazônia na regulação do clima global, não só pela enorme quantidade de carbono armazenada mas também pela importância na circulação da umidade na atmosfera.
A Amazônia sofre há 10 anos com os efeitos das mudanças climáticas, com secas e enchentes cada vez mais frequentes, e a intensificação dos fenômenos naturais de alto impacto. Isto afeta diretamente a dinâmica das populações tradicionais, que já estão habituadas com as características naturais da região, e utilizam de maneira sustentável seus recursos. Elas também são afetadas por políticas públicas que não consideram sua relação intrínseca com o meio em que vivem. A biodiversidade da Amazônia também está sob risco, pelas mudanças climáticas. Mas o impacto de uma Amazônia que sofre, e que está em risco, é ruim também para o mundo, pois, por exemplo, o fluxo de chuvas se altera nas grandes cidades, agravando o problema das enchentes, o que ocasiona mazelas para as populações mais pobres, que não são capacitados para se proteger destas consequências, alertou.
Segundo Maretti, a função da Amazônia não é apenas a de acumular carbono, mas também a de manter a estabilidade dos processos na atmosfera, como o ciclo hidrológico. O desmatamento no Pará ou no Maranhão, por exemplo, gera descontinuidade da umidade que sai do Atlântico e vai para os Andes, o que impacta diretamente a biodiversidade local, e retorna com consequências ao Brasil pela bacia abaixo. Além disso, no centro-sul do Brasil e da América do Sul, as principais áreas agrícolas dependem desse fluxo de umidade, os chamados rios voadores, que saem da Amazônia para regular a chuva nas áreas de grande importância agrícola e pecuária.
O evento também contou com depoimentos de nomes importantes da Igreja Católica, como o Padre Josafá Carlos de Siqueira, reitor da PUC-Rio, do Poder Público, como Corrado Clini, Diretor-Geral do Ministério do Meio Ambiente, Terra e Mar da Itália, e do Comitê Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude de 2013, na palavra de seu vice-presidente, Dom Paulo Cezar Costa. Segundo ele, se queremos que exista um futuro para a humanidade e para toda a Criação, é necessário que o construamos hoje. Maravilhar-se do que foi criado, contemplar a natureza e ter uma visão de preservação.
Durante a manhã, foi lançado o Manifesto dos Jovens Guardiões da Criação na Jornada Mundial da Juventude, lido por uma aluna de comunicação social da PUC-Rio em nome de toda a juventude que atende à JMJ. O Padre Enzo Fortunato, diretor da revista di San Francesco, na Itália, lembrou que o olhar franciscano deste manifesto acolhido pelos jovens ressalta quatro polaridades distintas: histórica, teológica, existencial e social.
Do ponto de vista da juventude, Claudio Maretti resgatou a necessidade de pensarmos juntos o futuro da Amazônia. O futuro que queremos para todos depende da Amazônia ecologicamente saudável, que possa continuar fornecendo produtos e serviços dos ecossistemas. Assim, poderemos deixar um direito de escolha para as futuras gerações: o do desenvolvimento sustentável, disse.
O WWF está na Jornada Mundial da Juventude participando de mesas de discussão sobre meio ambiente e com a realização e cessão de filmes sobre temática ambiental e sobre a relação entre fé e conservação da natureza. Os vídeos estão sendo veiculados nos canais da JMJ e do WWF.
Nesta quarta-feira, 24, o WWF participa do Fórum Social Juventude Viva, às 15h, no Centro de Referência da Juventude em Manguinhos. O evento faz parte da programação oficial da JMJ e é organizado pela Superintendência de Políticas Públicas para a Juventude do Estado do Rio de Janeiro, com apoio da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil e Pastoral da Juventude.
(WWF-Brasil)
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Claudio Maretti, líder da Iniciativa Amazônia Viva, também representando a secretária geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, participou como palestrante do painel específico sobre sustentabilidade moderado pelo professor Fernando Walcacer, coordenador do curso de Direito Ambiental da PUC-Rio, e elogiou a abertura e disposição da Igreja Católica e da PUC-RJ em dialogar com outras organizações e pessoas que têm interesses comuns, mas que não são exatamente iguais. O especialista em meio ambiente apresentou a importância da Amazônia como o bioma mais rico em biodiversidade do planeta e a sua população, com seus diferentes modos de vida baseados na relação com a natureza e sua dinâmica. Ele também destacou o papel fundamental da Amazônia na regulação do clima global, não só pela enorme quantidade de carbono armazenada mas também pela importância na circulação da umidade na atmosfera.
A Amazônia sofre há 10 anos com os efeitos das mudanças climáticas, com secas e enchentes cada vez mais frequentes, e a intensificação dos fenômenos naturais de alto impacto. Isto afeta diretamente a dinâmica das populações tradicionais, que já estão habituadas com as características naturais da região, e utilizam de maneira sustentável seus recursos. Elas também são afetadas por políticas públicas que não consideram sua relação intrínseca com o meio em que vivem. A biodiversidade da Amazônia também está sob risco, pelas mudanças climáticas. Mas o impacto de uma Amazônia que sofre, e que está em risco, é ruim também para o mundo, pois, por exemplo, o fluxo de chuvas se altera nas grandes cidades, agravando o problema das enchentes, o que ocasiona mazelas para as populações mais pobres, que não são capacitados para se proteger destas consequências, alertou.
Segundo Maretti, a função da Amazônia não é apenas a de acumular carbono, mas também a de manter a estabilidade dos processos na atmosfera, como o ciclo hidrológico. O desmatamento no Pará ou no Maranhão, por exemplo, gera descontinuidade da umidade que sai do Atlântico e vai para os Andes, o que impacta diretamente a biodiversidade local, e retorna com consequências ao Brasil pela bacia abaixo. Além disso, no centro-sul do Brasil e da América do Sul, as principais áreas agrícolas dependem desse fluxo de umidade, os chamados rios voadores, que saem da Amazônia para regular a chuva nas áreas de grande importância agrícola e pecuária.
O evento também contou com depoimentos de nomes importantes da Igreja Católica, como o Padre Josafá Carlos de Siqueira, reitor da PUC-Rio, do Poder Público, como Corrado Clini, Diretor-Geral do Ministério do Meio Ambiente, Terra e Mar da Itália, e do Comitê Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude de 2013, na palavra de seu vice-presidente, Dom Paulo Cezar Costa. Segundo ele, se queremos que exista um futuro para a humanidade e para toda a Criação, é necessário que o construamos hoje. Maravilhar-se do que foi criado, contemplar a natureza e ter uma visão de preservação.
Durante a manhã, foi lançado o Manifesto dos Jovens Guardiões da Criação na Jornada Mundial da Juventude, lido por uma aluna de comunicação social da PUC-Rio em nome de toda a juventude que atende à JMJ. O Padre Enzo Fortunato, diretor da revista di San Francesco, na Itália, lembrou que o olhar franciscano deste manifesto acolhido pelos jovens ressalta quatro polaridades distintas: histórica, teológica, existencial e social.
Do ponto de vista da juventude, Claudio Maretti resgatou a necessidade de pensarmos juntos o futuro da Amazônia. O futuro que queremos para todos depende da Amazônia ecologicamente saudável, que possa continuar fornecendo produtos e serviços dos ecossistemas. Assim, poderemos deixar um direito de escolha para as futuras gerações: o do desenvolvimento sustentável, disse.
O WWF está na Jornada Mundial da Juventude participando de mesas de discussão sobre meio ambiente e com a realização e cessão de filmes sobre temática ambiental e sobre a relação entre fé e conservação da natureza. Os vídeos estão sendo veiculados nos canais da JMJ e do WWF.
Nesta quarta-feira, 24, o WWF participa do Fórum Social Juventude Viva, às 15h, no Centro de Referência da Juventude em Manguinhos. O evento faz parte da programação oficial da JMJ e é organizado pela Superintendência de Políticas Públicas para a Juventude do Estado do Rio de Janeiro, com apoio da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil e Pastoral da Juventude.
(WWF-Brasil)
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