Contaminação ambiental já custa US$ 136 bi anuais ao Brasil, diz especialista
O custo da contaminação ambiental por resíduos sólidos e líquidos lançados sem tratamento na natureza vem consumindo até 8% do PIB brasileiro, cerca de US$ 136 bilhões, por ano. A revelação foi feita pela engenheira Silvia Astolpho, que até recentemente coordenava o Programa de Resíduos Sólidos do Ministério do Meio Ambiente. Atual coordenadora da área de pesquisa e desenvolvimento em resíduos da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Silvia calcula que a conta negativa possa ser ainda mais dramática.
Considerando a perda de negócios não-realizados via Bolsas de Resíduos, os conflitos econômico-sociais e o manejo de bacias hidrográficas, os números podem ser bem piores para o meio-ambiente e, no limite, para a eficiência das empresas brasileiras, disse ela.
Segundo Sílvia, medidas nada radicais - como o uso intensivo das Bolsas de Resíduos e de técnicas de ecoeficiência por maior número de companhias industriais por si já diminuiriam significativamente o desperdício decorrente da contaminação ambiental. O conceito ecoeficiência sugere ligação entre responsabilidade ambiental e eficiência no uso de recursos, o que leva a produtividade e lucratividade, disse Silvia à publicação. Na prática, isso se traduz em redução de custos de água, energia e materiais associada a benefícios econômicos, maior rapidez em processos e melhor qualidade de produtos.
Para ela, as empresas ainda não entenderam o real significado de marketing ambiental, e estão errando ao associar o conceito a algo raso como propaganda verde. É um processo integral, muito mais complexo e interessante que isso, explicou. A entrevista completa pode ser lida na Revista Vectorial, em www.vector.com.br/enews/ed4/vectorial_home.htm.
< voltar