Ações sustentáveis aumentam competitividade dos negócios

Data: 17/04/2013

O tema sustentabilidade está presente na agenda estratégica de muitos pequenos negócios, no entanto, o que parece ser uma realidade na prática nem sempre é tão fácil de ser aplicado. É preciso muito conhecimento e investimento para romper barreiras. Durante a terceira edição do Seminário de Sustentabilidade nesta segunda-feira (15), na sede do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), em Cuiabá (MT), empresas e gestores do Sebrae tiveram a oportunidade de compartilhar experiências e discutir os desafios do desenvolvimento sustentável nos pequenos negócios. O evento marca o terceiro ano de atividades do CSS, referência nacional no tema, que tem como missão gerar e disseminar conhecimento, informações e práticas para o atendimento de micro e pequenas empresas de todo o país.

O desafio da gestão inovadora com foco na sustentabilidade foi o tópico apresentado pelo diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos (foto). Ele destacou a importância de buscar a sustentabilidade como forma de diferenciação e eficiência no processo produtivo das micro e pequenas empresas, reduzindo o custo, diminuindo o consumo ambiental e, principalmente, agregando valor. “Existem negócios que, na sua essência, são voltados para as questões ambientais. Mas é preciso massificar o conceito para que qualquer empresa use a sustentabilidade como estratégia de negócio para aumentar a competitividade”, destacou.

Na abertura do evento, o superintendente do Sebrae em Mato Grosso, José Guilherme, destacou a importância da união entre os estados, o que torna o Centro de Sustentabilidade uma referência para os pequenos negócios. “As empresas são altamente criativas e nosso papel é exatamente ajudá-las a adotar as práticas sustentáveis, assim como disseminá-las para que o país cresça de forma sustentável e ordenada”, disse.

O superintendente do Sebrae no Distrito Federal e presidente da Associação Brasileira de Sebrae (Abrase), Valdir Filho, parabenizou o trabalho desenvolvido pelo Centro de Sustentabilidade. “Acreditamos que apostar no desenvolvimento sustentável é a melhor forma de transformar nosso país e parabenizo o trabalho desenvolvido pela unidade (CSS). A integração entre os estados mostra como o Sebrae é forte o suficiente para fazer um país diferente”, enfatizou.

Cases de sucesso

Algumas empresas foram selecionadas para expor as ações de sustentabilidade que aplicam no seu dia a dia. A primeira a se apresentar foi a Tetra Pak, voltada para a produção de embalagens. A diretora Elisa Prado mostrou os desafios da sustentabilidade empresarial e as técnicas usadas na empresa para transportar alimentos de forma segura e sustentável. “Adotamos essas medidas como uma resposta dos consumidores que reconhecem a seriedade das questões sustentáveis, embora muitos deles ainda se preocupem em quanto vão pagar a mais por produtos reciclados. Tudo é uma questão de mudança de hábito”, ressaltou. Por isso, a empresa foca há 20 anos em iniciativa de educação ambiental que já capacitou professores e alunos. Um exemplo é o programa que leva filmes brasileiros às comunidades carentes e que já atendeu a mais de 200 mil crianças em 200 cidades.

Dois painéis apresentaram empresas de sucesso relacionadas com os temas Gestão de Resíduos Sólidos e Eficiência Energética. O primeiro debate contou com a moderação do professor e pós-doutor pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), José Fernando Thomé Jucá. Empresários da Água Pura (ES), Plasacre (AC) e Otser (RS) falaram sobre desafios, oportunidades e resultados de seus empreendimentos. Manoel Souza, da Água Pura, projeto de uso racional da água, falou da importância do reúso. “A maioria dos empresários adota essa prática para atender às certificações e às legislações impostas, além da questão financeira”, apontou. Após passar a reutilizar a água, uma lavanderia de Belo Horizonte, que gastava R$ 18 mil por mês com a conta de água, reduziu as despesas para R$ 3,5 mil.

Com a preocupação de não só recuperar o plástico, mas oferecer produtos de qualidade, Camila Santos, da empresa Plasacre, mostrou como é possível produzir telhas ecológicas e oferecer aos consumidores uma garantia de até 20 anos nas peças. Antigamente, a empresa contava com 120 funcionários para recuperar os materiais reciclados dos caminhões de lixo que chegavam até às esteiras da empresa. De 105 toneladas, apenas 3,5 mil eram recicláveis. “Isso não era viável. Começamos a incentivar e a fomentar a coleta seletiva. Com isso, melhorou o nosso abastecimento de matéria-prima. Hoje, conseguimos aproveitar 14 toneladas de resíduos”, complementou.

Marcus Palmas, da Otser Eletrônicos, do Rio Grande do Sul, finalizou o primeiro painel ressaltando a importância de reciclar o lixo eletrônico. E não é para menos. O Brasil está entre os cinco maiores produtores desse tipo de resíduo no mundo. Segundo dados do Greenpeace, a Terra gera mais de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano. O segundo painel contou com a participação dos empresários da PGM Sistemas (MG), Jordão Engenharia (RJ) e Romavil Autocenter (MT).

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