Mudanças climáticas podem aumentar frequência de grandes tempestades na Europa

Data: 05/04/2013

Um novo estudo publicado no último mês no periódico Geophysical Research Letters revelou que tempestades fortes como furacões poderão se tornar 25 vezes mais prováveis na Europa até o final o século devido às mudanças climáticas.
A pesquisa, desenvolvida pelo Instituto Real de Meteorologia da Holanda (KNMI), afirma que, atualmente, os furacões costumam começar a se formar no oeste do Oceano Atlântico, onde a temperatura da superfície do mar fica acima dos 27ºC. Por isso, a ocorrência do fenômeno é maior nessa região.
Entretanto, até o final do século, as temperaturas superficiais da parte oriental do Oceano Atlântico, mais próxima do continente europeu, devem aumentar, dando impulso ao fenômeno por mais tempo e tornando mais provável que ele chegue até o outro lado do Atlântico.
“Muitas simulações de modelo sugerem que a força dos furacões aumentará devido às mudanças climáticas. A área onde os furacões se desenvolvem parece se mover em direção aos polos e a umidade contida em uma atmosfera mais quente aumentará. Esses fatores podem alterar a possibilidade de que esses resquícios de furacões ainda estejam fortes o suficiente para produzir ventos com força de furacão”, comentou Rein Haarsma, do KNMI.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram modelos de alta resolução, mas Haarsma reconheceu que o estudo ainda está em seus estágios iniciais, e portanto ainda não há como saber exatamente qual será a duração dos furacões.
No entanto, os pesquisadores já sabem que, no futuro, os ventos criadores de furacões se tornarão mais frequentes aproximadamente no período de outono do Hemisfério Norte (agosto-outubro), em vez de no inverno, como acontece atualmente. Para se ter uma ideia, estima-se que até o final do século a Europa possa passar por 17 tempestades com força de furacão por cada temporada anual.
“A declaração de que o clima na Europa Ocidental não mudará significativamente é questionável. Mudanças significativas no clima terão consequências para a agricultura – o aumento dos ventos durante o outono –, infraestrutura e defesa costeira”, concluiu Haarsma.
(Instituto CarbonoBrasil)


< voltar