Romaria da Terra denuncia crimes ambientais contra as águas no Rio Grande do Sul

Data: 26/02/2009

Romaria da Terra denuncia crimes ambientais contra as águas no Rio Grande do Sul


Cerca de 15 mil pessoas participaram na terça-feira (24) de um protesto para denunciar os crimes ambientais no estado do Rio Grande do Sul. Organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), pelo Vicariato Episcopal de Canoas e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a 32ª Romaria da Terra também propôs a reflexão das comunidades sobre a importância da água.

Com o tema "Água: sangue da Terra”, o evento deste ano foi realizado em Sapucaia do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre. Na terça-feira pela manhã os romeiros saíram da BR-116 e fizeram uma caminhada de aproximadamente 2 quilômetros até as margens do Rio dos Sinos, onde mais de 100 mil toneladas de peixes foram encontrados mortos, em outubro de 2006. A principal causa da tragédia foi o lançamento de resíduos tóxicos por empresas locais.

Segundo o representante do Vicariato Episcopal de Canoas, frei Wilson Dallagnol, no fim do evento foi lida uma carta chamada "Porque tocam os sinos" e que trazia as principais reivindicações do grupo.

“Ouvindo o clamor do Rio do Sinos e de tantas outras águas do Rio Grande do Sul denunciamos o crime ambiental de 2006 e acobertamento dos criminosos, o não tratamento adequado dos resíduos industriais, a omissão do poder público no tratamento dos esgotos domésticos, a equivocada visão da água como instrumento de lucro, a falta de proteção das nascentes”, diz o texto.

O grupo também criticou a criminalização dos movimentos populares no Rio Grande do Sul, o fechamento, por parte do governo do estado, das escolas itinerantes de ensino fundamental nos acampamentos do Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a não-realização da reforma agrária conforme os anseios populares. No Rio Grande do Sul, a Romaria da Terra foi realizada pela primeira vez em 1978.



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