Pesquisador do AM realiza zoneamento agroclimático no Espírito Santo

Data: 21/03/2013

A cada dia pesquisadores buscam alternativas para a produção de celulose no intuito de driblar a escassez de matéria-prima que as indústrias vêm enfrentando. O mestrando em Clima e Ambiente do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Igor Oliveira Ribeiro, já encontrou uma solução para o Estado do Espírito Santo.

O pesquisador identificou o potencial do Estado para a cultivo da espécie Shizolobium Amazonicum (Paricá) que gera celulose para a indústria do papel.

Em um ano de pesquisa de campo, com utilização dos softwares ArcGis e Esri, o pesquisador identificou, preliminarmente, que o Espírito Santo tem aptidão para o cultivo de Paricá, com apenas 1% de área inapta e 41% de área com baixos níveis de água.

"Por ser uma espécie de origem na região Norte, o Paricá necessita de precipitação, umidade e temperatura em níveis elevados para cultivo e produção", disse Ribeiro.

Os resultados preliminares do estudo serão apresentados no 16º Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR), que será realizado de 13 a 18 de abril em Foz do Iguaçu, no Paraná.

O pesquisador participará do evento com apoio financeiro do Governo do Amazonas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) por meio do Programa de Apoio à Pesquisa em Eventos Científicos e Tecnológicos (PAPE).

Zoneamento agroclimático
O resultado preliminar faz parte do projeto intitulado 'Zoneamento do Paricá no Espírito Santo para produção de celulose'. O estudo é desenvolvido no Inpa desde 2012, com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

"O Paricá tem capacidade produtiva boa, mas precisa de certa temperatura para se desenvolver melhor com infuência de altitude; brisa marítima e de solo argiloso", esclareceu Igor Ribeiro.

Segundo Ribeiro, o objetivo do projeto é acompanhar e apresentar os parâmetros médios anuais de temperatura, precipitação, evapotranspiração real e deficiência hídrica do Espírito Santo para auxiliar no cultivo do Paricá e na tomada de decisões para utilização da espécie para produção de celulose.

Entenda a eficácia do Paricá
Encontrado na região Amazônica, o Shizolobium amazonicum (Paricá) é uma das espécies madeireiras mais procuradas por empresas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

A espécie é cultivada em grande escala nos Estados do Pará e do Maranhão, com elevada cotação no mercado interno e externo. A árvore pode alcançar entre 15 e 40 metros de altura e 50 a 100 centímetros de diâmetro.

Produção de papel
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), realizado em fevereiro, há 220 empresas em atividade em 540 municípios brasileiros.

O Território Nacional abriga 2,2 milhões de hectares de florestas plantadas para fins industriais que geram 128 mil empregos diretos e 575 mil indiretos. Com exportações de madeiras e produtos madeireiros, o Brasil lucrou US$ 7,2 bilhões em 2011 e ainda há previsão de US$ 12 bilhões para serem investidos pelos próximos 10 anos.

Para acessar informações sobre o pesquisador Igor Oliveira Ribeiro, clique aqui.

Sobre o PAPE
O Programa de Apoio à Pesquisa em Eventos Científicos e Tecnológicos (PAPE) apoia a participação de pesquisador em eventos científicos e tecnológicos para exposição de trabalho científico ou tecnológico de sua autoria, não publicado, resultante de pesquisa desenvolvida no Estado do Amazonas.

( Agência FAPEAM)


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