Economia do Nordeste está ameaçada pelo aquecimento global

Data: 18/02/2009

Economia do Nordeste está ameaçada pelo aquecimento global


Retração da economia, redução da qualidade de vida, forte migração. Se nada for feito em relação às emissões de carbono, esse será o panorama dos estados nordestinos em 2050, como conseqüência das mudanças climáticas.

De acordo com a versão preliminar do estudo Mudanças Climáticas, Migrações e Saúde: Cenários para o Nordeste Brasileiro, 2000-2050, a região sofrerá uma redução de 11,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao crescimento esperado para 2005. Isso considerando o cenário do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) que prevê um aumento de 4ºC para a região no período.

O impacto do aquecimento global na agricultura será o principal responsável pelo panorama. “Como os choques climáticos afetam a disponibilidade de terras para cultivo e pecuária, o setor agrícola é o que terá sua capacidade produtiva mais atingida nas próximas décadas, o que comprometerá sua geração de renda e emprego”, afirma o texto da pesquisa, produzida pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais e a Fundação Oswaldo Cruz, com financiamento da Embaixada Britânica. Para se ter uma idéia, o Ceará perderia quase 80% de suas terras agricultáveis. O Piauí, 70%, e Pernambuco, 65%.

Os impactos negativos na agricultura, segundo o estudo, podem ter repercussões para outros setores da economia, como indústria – especialmente a de processamento de alimentos – e serviços. Além disso, a ausência de terras cultiváveis irá gerar escassez de alimentos.

Diante desse cenário, haverá deslocamento da força de trabalho do trabalho para outras regiões do país e para setores da economia menos impactados, além de migração e conseqüente transferência de capital e – as razões para a redução do PIB.

De acordo com o estudo, diversos municípios que em 2000 apresentavam condições razoáveis de renda sofreriam um choque negativo sob o efeito das mudanças climáticas. Já as localidades com baixo nível de renda, teriam os piores ritmos de crescimento até 2050. Os estados nordestinos que mais perderiam recursos são:
-Pernambuco (-18,6% do PIB)
-Paraíba (-17,7%)
-Piauí (-17,5%)
-Ceará (-16,4%)




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