Vilões do aquecimento

Data: 15/02/2013
Até 2050, cerca de 300 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente serão lançadas na atmosfera se 14 projetos de exploração e produção de combustíveis fósseis – como carvão, petróleo e gás – entrarem em operação. Com isso, será ainda mais difícil reverter a tendência
do aquecimento global, segundo a ONG Greenpeace. Nos próximos sete anos, esses projetos terão aumentado as emissões de gases de efeito estufa em 20%.
As informações estão no relatório Point of No Return (ou Caminho sem Volta, em tradução livre - no link http://www.greenpeace.org/international/Global/international/publications/climate/2013/PointOfNoReturn.pdf) que o Greenpeace Internacional lançou em janeiro. Nele estão listados os maiores “vilões do clima”. São 14 projetos de exploração de energia suja que irão consumir 49 bilhões de toneladas de carvão, 29 trilhões de metros cúbicos de gás natural e 260 bilhões de barris de petróleo.
Entre eles está o brasileiro pré-sal, que vai contribuir com a emissão de 330 milhões de toneladas de CO2 por ano até 2020. De acordo com o documento, a captação de óleo em camadas tão profundas do oceano, como nesse caso, traz muito risco de vazamentos e ameaça a vida marinha da região.
No primeiro lugar do ranking dos maiores poluidores está o crescimento da mineração de carvão nas províncias da China. Até 2020, a atividade vai emitir 1,4 bilhão toneladas de CO2 por ano. Também estão na lista a exploração de óleo e gás no Ártico, a de petróleo em areias betuminosas no Canadá e na Venezuela e a de xisto nos Estados Unidos.
Em novembro de 2012, a Agência Internacional de Energia e o Banco Mundial advertiram sobre o rumo que o mundo está seguindo, em direção a um aumento entre 3,6 graus e 4 graus. Segundo o relatório do Greenpeace, com esses projetos em funcionamento, “a média geral do aumento de temperatura será provavelmente superior a 4 graus e, possivelmente, 6 graus, o pior cenário identificado por cientistas”.


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