Pesquisadores amazonenses ampliam interesse por patentes

Data: 30/01/2013

Pesquisadores de várias instituições do Amazonas estão mais interessados em proteger dados de suas pesquisas. Esse fato é considerado um aspecto positivo, principalmente, devido à morosidade do processo no Brasil, que ocupa a 47ª posição no ranking internacional de inovação da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi).

Além da motivação pessoal de viabilizar a inserção no mercado de produtos e serviços inovadores gerados a partir de estudos desenvolvidos, os pesquisadores ganharam um incentivo adicional: a promoção, por parte de instituições, de atividades de esclarecimento sobre o assunto.

Ações
Segundo a pró-reitora de Inovação Tecnológica da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Socorro Chaves, a instituição adotou uma alternativa para driblar os entraves em relação ao pouco conhecimento da comunidade científica. Durante os eventos, são destacados aspectos importantes, entre os quais, os que se referem aos trâmites burocráticos a serem adotados, a importância da inovação para a conquista do mercado e sua relevância estratégica para o desenvolvimento do País. "A partir daí, já é possível notar uma mudança na mente dos pesquisadores", disse.

Ação semelhante está sendo feita pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Um exemplo desta iniciativa foi a realização em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM), do 1º Workshop de Start-Ups do Amazonas, no ano passado. Voltado à comunidade científica, o workshop teve por objetivo debater temas ligados ao empreendedorismo e ao fortalecimento de novas empresas de base tecnológica.

"Essas ações têm contribuído para ampliar a quantidade de pedidos de patentes oriundos do Estado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (responsável pelo registro de concessão de marcas e patentes)", afirmou a coordenadora de Extensão Tecnológica e Inovação do Inpa, Rosângela Bentes.

"Os avanços vêm ocorrendo por conta da multiplicação da consciência de que um país, para ser competitivo e estratégico, deve sobretudo ter tecnologias próprias. Para isso, precisa proteger suas invenções, pois só assim terá mais poder de negociação de seus ativos. Hoje a regra é patentear", completou.

A pró-reitora Socorro Chaves ratifica a informação de que essas ações têm influenciado o aumento do depósito de patentes pelo Amazonas e mostra-se otimista com relação às perspectivas futuras.

Desde 2009, o Inpa e aUfam registraram, no total, 59 pedidos de patentes. Parte desses pedidos foi formulado conjuntamente entre as duas instituições. Só em 2012, o Inpa conseguiu realizar o depósito de sete patentes de resultados de pesquisa.

Burocracia
O processo de patenteamento de produtos funciona por meio da identificação e monitoramento constante de pesquisas. Mesmo com os avanços no repasse de pedidos, a demora na aprovação dos pedidos por parte do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) ainda é um entrave. "O processo de análise da propriedade industrial por meio do acompanhamento de patentes depositados no Inpi ainda dificulta o reconhecimento de produtos e serviços inovadores para acesso à comunidade acadêmica e sociedade em geral", critica Socorro Chaves.

O Inpi prometeu otimizar o processo de autorização de patentes com a adoção de nova plataforma digital denominada e-patentes, cujo objetivo é prover o acesso a informações e documentos públicos de processos e patentes. A implantação do sistema está prevista para março deste ano. Essa é a principal novidade adotada pelo INPI em 2013 para acelerar o exame que hoje demora cerca de dez anos em média.

(CIÊNCIAemPAUTA)


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