IPT é contratado para mapear regiões de risco de desastres naturais no ABC paulista

Data: 28/01/2013
Medidas preventivas voltadas a desastres naturais estão se tornando cada vez mais comuns no Brasil. Exemplo disso é o acordo firmado entre o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), entidade associada à ABIPTI, e as prefeituras de Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Santo André para elaboração de um plano de redução de riscos.

Estimativas apresentadas por um estudo do Banco Mundial sobre desastres naturais no Brasil dão conta que o país acumulou perdas de R$ 15 bilhões com os efeitos das catástrofes nos últimos cinco anos. Em média, são 1.363 calamidades anualmente, números que colocam a nação na sexta posição entre as localidades que mais sofreram com os desastres naturais no mundo.

De acordo com indicadores elaborados pelo Instituto Geológico da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo, o escorregamento de encostas é um dos grandes causadores de acidentes e desastres naturais no Estado. Entre 2000 e 2008 foram registrados 1861 acidentes, dos quais cerca de 20% foram provenientes de deslizamentos.
Na Região do ABC, o IPT, em conjunto com a defesa civil de cada município, ao longo de 12 meses, fará um mapeamento das áreas de risco indicadas pelas prefeituras e a concepção de intervenções estruturais para os setores de risco.

"Nós dividiremos as áreas de risco em setores homogêneos que apresentem as mesmas características na questão do risco geológico e geotécnico", explica Marcelo Gramani, geólogo e pesquisador do Laboratório de Riscos Ambientais do IPT.

Segundo Gramani, as inspeções observarão dois pontos: a questão do relevo (altura, inclinação das encostas, taludes ou dos barrancos) e as intervenções humanas nessas áreas (a forma de ocupação, a qualidade das moradias, a produção ou não de aterros lançados e a condição de drenagem).

"Quanto mais interferência tem na área maior a possibilidade de acidentes. Escavações inadequadas nas encostas, com alturas excessivas e inclinações excessivas, criação de aterros que são materiais bastante frágeis para se movimentar. Então a gente faz esses levantamentos, faz essas medidas e a partir desses vários fatores nós classificamos o risco."

Para realizar o trabalho o IPT conta com uma equipe multidisciplinar formada por geólogos, geógrafos e geotécnicos.

Outros mapeamentos e serviços
Desde a década de 70, o IPT trabalha na gestão de áreas de risco. Além da região do ABC paulista, o IPT desenvolve mapeamentos em outras cidades do Estado como em Santos.

Segundo Gramani, no Brasil, a atuação do IPT, em termos de mapeamento, é pequena por possuir uma equipe reduzida. O pesquisador, no entanto, enfatizou que o restante do país possui instituições capazes de desempenhar trabalhos semelhantes aos realizados pela entidade em São Paulo.

Apesar da limitação nos mapeamentos, o instituto é quase sempre solicitado quando há emergências em decorrência de desastres naturais. "O IPT tem condições de atender os grandes desastres do Brasil. Nós atuamos, por exemplo, produzindo propostas para a redução e mitigação de acidentes em eventos como o de Santa Catarina, na região Serrana do Rio de Janeiro e inundações rápidas em Alagoas".

(Agência Gestão CT&I de Notícias)


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