Pesquisas futuristas europeias ganham disputa bilionária

Data: 28/01/2013

A Comissão Europeia selecionou num concurso muito disputado as duas propostas de pesquisas futuristas que terão, juntas, financiamento de €1 bilhão ( R$ 2,7 bilhões) ao longo de dez anos, com o objetivo de transformar seus projetos em realidade. O cérebro humano e um material super resistente para computação foram os dois temas que despertaram o interesse dos jurados da comissão, que fará um anúncio oficial no dia 28 deste mês.
Coordenado pelo neurocientista Henry Markram, do Instituto Federal de Tecnologia (Lausanne/Suíça), o projeto Cérebro Humano planeja simular o que a ciência já descobriu sobre o órgão em supercomputadores. A outra proposta, do físico teórico Jari Kinaret, da Universidade de Tecnologia de Chalmers (Gotemburgo/Suécia), desenvolverá um tipo de grafeno - um material ultrafino, flexível e hiper-resistente feito a partir de carbono, cuja descoberta rendeu até um Nobel de Física, em 2010 - associado a outros tipos de materiais para ser aplicado na computação, em baterias e sensores.

Batizada de Tecnologias Emergentes e do Futuro (FET na sigla em inglês), a competição foi lançada em 2009 como um desafio de aplicar tecnologias de informação e comunicação a problemas sociais. Enquanto a do cérebro defende sua contribuição para avanços médicos sobre os distúrbios neurológicos, o do grafeno garante que poderá desenvolver novos materiais que poderão revolucionar indústrias.

DNA para armazenamento
Em outro desdobramento da busca por novos materiais, cientistas britânicos anunciaram nesta semana ter desenvolvido um dispositivo de DNA para armazenar quantidades colossais de informação. Porém, ainda é incerto quando a nova tecnologia chegará ao mercado. Tudo dependerá dos investimentos na área. A maior dificuldade é chegar a uma técnica capaz de produzir em série dispositivos confiáveis.

Os vencedores da FET receberão €54 milhões nos próximos 30 meses, e o restante será disponibilizado paulatinamente. Eles preferiram esperar o anúncio oficial para se manifestar. A lista dos seis finalistas incluía um sistema de captação e análise de dados que poderia prever crises financeiras e eventos históricos, robôs capazes de fazer companhia a pessoas, modelos computacionais para simular o funcionamento do corpo humano e uma rede de sensores para medir os riscos ambientais a que indivíduos estão expostos.

(O Globo)



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