Seminário sobre inovação reúne grandes nomes da indústria

Data: 08/11/2012
"Elevar a produtividade e investir em inovação são as únicas maneiras de caminharmos para uma economia mais dinâmica". Foi com esta frase que o presidente da Finep, Glauco Arbix, abriu o Seminário "Inovação e Desenvolvimento Econômico", promovido pelo jornal Valor Econômico. O evento teve patrocínio da Finep e reuniu o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, empresários, acadêmicos e representantes de governo e entidades ligadas à indústria.

Ao todo, três painéis se dedicaram a responder algumas perguntas que, hoje, dominam o setor produtivo: "como superar a dependência tecnológica brasileira?" "Por que as empresas que inovam crescem mais?" "Como desenvolver o País por meio da inovação?"

Arbix disse que enxerga três promissores cenários para o Brasil trilhar nos próximos anos: "podemos ser celeiro de alimentos, potência energética e player global ambiental". De acordo com Marco Antonio Raupp, a incorporação do nome "inovação" ao antigo MCT (hoje MCTI), denota que as políticas públicas na área não são mais setoriais. "Vivemos a fase de ações transversais de CT&I, afinal, tecnologia e inovação estão presentes em inúmeras áreas do conhecimento".

"A competitividade para alavancar o desenvolvimento econômico do Brasil é um desafio que só se faz com a produção de conhecimento em todos os níveis. O desafio é utilizar esse conhecimento", afirmou Raupp.

O ministro destacou ainda que antigamente a industrialização do País tinha por base o modelo de substituição de importações. Agora, segundo ele, o cenário é o outro. "Vivemos uma fase de mercado global, exigência de competitividade e compromisso com a sustentabilidade", finalizou.

Participante do primeiro painel - "Como superar a dependência tecnológica?", o diretor Superintendente da Unidade WEG Motores, Siegfried Kreutzfeld, afirmou que ainda é difícil fixar um doutor com currículo apenas acadêmico dentro da empresa. "É uma cultura que, na WEG, ainda estamos tentando quebrar. Se equacionado este problema, que me parece geral, podemos avançar na superação do cenário de dependência", contou.

Presente em diversos países do mundo - como China, Estados Unidos, e Argentina -, a WEG acredita que o investimento constante em P&D por parte das companhias seja o caminho concreto para o salto produtivo de que o País necessita.

"Hoje, 75% de nossa receita vem de produtos desenvolvidos nos últimos cinco anos. É um dado muito importante, e que mostra não estarmos estacionados", frisou Kreutzfeld. Já Guilherme Lima, diretor de RI da Whirlpool Latin America, destacou que o setor privado deve utilizar os instrumentos públicos disponíveis.

"O aumento dos recursos reembolsáveis da Finep, capitaneado pelo professor Glauco Arbix, constitui importante incremento para a indústria", afirmou. Para Lima, apesar de a Whirlpool apresentar atuação destacada no setor de patentes, é importante que se olhe a aquisição e adaptação ética de inovações já concebidas como parte integrante do processo de crescimento de todas as companhias. "Inovar de forma incremental também é inovar", frisou.

Mediador dessa primeira mesa, Mario Salerno, coordenador do Observatório de Inovação da USP, disse que é preciso pensar a inovação do ponto de vista de "redes de atuação". Para ele, a Finep pode e deve estar no centro desse processo, mediando a relação dentre os diferentes setores da indústria. "Não adiantam ações isoladas. São necessárias associações de empresas, incubadoras, agentes da inovação. A competição tem de se dar entre redes", contou.
(Ascom da Finep)


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