Países menos desenvolvidos consolidam posição para a COP18

Data: 01/11/2012
“É terrível que o hemisfério sul, que contribuiu tão pouco para as emissões históricas de gases do efeito estufa, seja o mais afetado pelas mudanças climáticas. Apesar disso, estamos comprometidos em ajudar no que for possível para progredir ainda neste ano nas questões de transferência de tecnologias, financiamento e planejamento de ações de mitigação climática”, resumiu Ali Mohammed, secretário do Ministério do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Quênia.

É com essa postura de assumir alguns compromissos, mesmo que pequenos, que o grupo conhecido como Países Menos Desenvolvidos (LDCs, em inglês), que reúne 46 nações, vai para a Conferência do Clima das Nações Unidas em Doha, no Catar, no próximo mês (COP 18).

Representantes dos LDCs estiveram reunidos nesta semana em Nairóbi, capital do Quênia, para firmar a posição que defenderão na negociação climática internacional.

“Todos temos alguma responsabilidade com relação às mudanças climáticas para alcançarmos o desenvolvimento sustentável. Mas, as nações africanas, do sudeste asiático e os pequenos países insulares já estão sofrendo demais e continuam a não receber ajuda. Isso precisa mudar, o processo de negociações sob a ONU deve ser acelerado”, afirmou Mohammed.

Segundo o secretário, o fórum democrático das Nações Unidas é ainda o melhor local para os LDCs cobrarem ações das potências mundiais.

“Os pequenos governos precisam deste espaço para terem acesso aos países mais ricos e temos esperança que desta vez não sairemos de mãos vazias”, declarou.

Os LDCs se alinharão, como já é tradicional, com os países do BASIC, Brasil, África do Sul, Índia e China, para cobrar o respeito ao conceito “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”.

Segundo esse princípio, todos têm que assumir compromissos de algum tipo, mas são os grandes emissores históricos de gases do efeito estufa, como os Estados Unidos, que devem pagar a maior parte da conta das ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

“Se você tentar resolver os problemas climáticos globalmente sem considerar as capacidades e responsabilidades diferenciadas, você falhará. A principal razão para os impasses vistos nas negociações passadas foi a falha das nações ricas em enxergar esse fato”, concluiu Nitin Desai, membro do conselho indiano sobre mudanças climáticas, convidada para a reunião dos LDCs.

(Instituto CarbonoBrasil)



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