Brasil pode servir de ponte para cooperação entre os países do Atlântico Norte com os do Sul

Data: 16/10/2012

Promovido pelo The German Marshall Fund of the United States (GMF) em parceria com a OCP Foundation de Marrocos, “The Atlantic Dialogues” foi realizado nos dias 28 a 30 de setembro, em Rabat, no Marrocos.

O objetivo foi reunir líderes das Américas do Norte, Sul, África, Europa e Ásia, atuantes nos setores público e privado, para debater questões inter-regionais estratégicas, como segurança, economia, migração e energia. O vice-presidente da FAPESP, Eduardo Moacyr Krieger, representou a Fundação no evento.

Instituição criada em 1972 pela Alemanha como memorial permanente do Plano Marshall – instalado pelos Estados Unidos para ajudar a reconstruir os países aliados da Europa após a 2ª Guerra Mundial –, o GMF se dedica a promover um melhor entendimento e cooperação entre a América do Norte e a Europa em questões transatlânticas e globais.

A instituição, que realiza uma série de ações voltadas para fortalecer o intercâmbio da Europa com o Atlântico Norte, associou-se a uma entidade criada por uma das maiores produtoras mundiais de fosfato – a OCP – para realizar no Marrocos um encontro que incluísse também os países do Atlântico Sul, como Brasil, México e demais países da América Latina e da África, nas discussões sobre como aumentar a cooperação transatlântica.

“A ideia do encontro, em suma, foi examinar a possibilidade de aproximar os países do Atlântico Norte com os do Atlântico Sul”, disse Krieger, à Agência FAPESP. Um dos principais assuntos abordados foi a ascensão econômica e geopolítica do Brasil.

Em função da liderança que exerce na América Latina e as relações que já mantém com os países da África, o Brasil pode desempenhar o papel de uma ponte estratégica entre os países do Atlântico Norte com os do Atlântico Sul, segundo avaliaram os participantes do evento.

“O foco da reunião foi a forma como o Brasil vem se desenvolvendo e a possibilidade de o país exercer um papel de liderança no Hemisfério Sul”, disse Krieger.

Nesse sentido, uma das questões debatidas pelos participantes do encontro foi com quem o Brasil se associará para exercer essa liderança regional – se irá continuar cultivando relações com Europa e Estados Unidos, seus parceiros tradicionais, ou se aliará à China, que já é um dos principais parceiros comerciais do Brasil.

“Algumas das questões discutidas foram sobre como é que o Brasil está se associando à China e quais são os interesses mútuos”, disse Krieger.

Cooperação científica

A delegação brasileira que participou do evento foi composta por cerca de 20 representantes – em sua maior parte diplomatas –, e a FAPESP foi a única instituição ligada à ciência e tecnologia convidada para participar do encontro.

Embora os temas das discussões da reunião este ano tenham sido mais centrados em questões econômicas, os organizadores pretendem incluir na pauta dos próximos encontros debates sobre cooperação científica como elemento fundamental de colaboração entre os países.

Em função disso, segundo Krieger, a FAPESP poderia ser um parceiro importante para ajudar a fundamentar as discussões e para realização de cooperações científicas em áreas como a de mineração, envolvendo pesquisadores de países da África com os do Estado de São Paulo.

“A ideia é realizar projetos de cooperação científica, nos quais a FAPESP tem grande interesse e experiência e poderia realizar, por exemplo, a análise das propostas de pesquisa”, disse Krieger.

Representando a FAPESP, Krieger participou durante o “The Atlantic Dialogues” de uma reunião com Craig Kennedy, presidente do GMF, e Ian Lesser, diretor executivo do escritório da instituição em Bruxelas, na Bélgica.

Segundo Krieger, os dirigentes da instituição – com sede em Washington, Estados Unidos, e dez escritórios espalhados pela Europa – demonstraram grande interesse em visitar a FAPESP para avaliar de que forma a Fundação pode colaborar em projetos relacionados à cooperação científica.

Agência Fapesp


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