Unidades de conservação: abrir para preservar
A abertura para a visitação e a ampliação do uso público são, segundo o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Ricardo Vizentin, importantes ferramentas para que a população compreenda o valor das unidades de conservação.
Aproximar a população é o caminho para uma maior e melhor preservação das unidades de conservação existentes no Brasil. A afirmação é de Roberto Ricardo Vizentin, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), entidade que possui o desafio de gerir 312 unidades de conservação federais, distribuídas nos seis biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal) e nas zonas costeira e marinha. Estas áreas, segundo ele disse em sua fala durante o VII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), que acontece em Natal (RN), de 24 a 27 de setembro, precisam ser reposicionadas perante a sociedade.
De acordo com Vizentin, entre 2003 e 2009, o Brasil foi o responsável pela criação de 74% de todas as unidades de conservação estabelecidas no planeta, porém, o valor dessas áreas não é percebido pela população.
Ele aponta que um novo senso comum, com um entendimento do papel das unidades de conservação, é algo que deve ser construído a muitas mãos. A força política ambiental como um todo precisa estabelecer um novo pacto, um novo contrato entre a sociedade e a natureza. Ele destaca que, quando utiliza o termo política ambiental, se refere não só à classe política propriamente dita, como também às organizações não governamentais (ONGs), empresas e todos o que estão dedicados a este objetivo comum. Precisamos construir, elaborar e comunicar uma nova narrativa sobre o papel destas áreas, complementa.
O modelo brasileiro de gestão das unidades de conservação é definido por Vizentin como único, porque tem uma lei específica que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), que é multifuncional, multiespacial, participativo e com controle social, mas que, conforme ele destaca, precisa ser consolidado. O SNUC hoje nos dá as ferramentas que precisamos para fazer com que a sociedade abrace as unidades de conservação. Isto só depende da nossa capacidade de trazer a sociedade para dentro destas áreas, estabelecendo uma relação de uso, mas com cuidado e planejamento necessários, enfatiza.
O presidente do ICMBio explica que existem várias maneiras de estabelecer essa relação. As reservas extrativistas, por exemplo, abrigam entre 60 e 70 mil famílias. O projeto Brasil Sem Miséria incluiu um benefício, chamado bolsa verde, que essas famílias recebem, na forma de algo semelhante ao pagamento por serviços ambientais, ao se comprometerem a continuar mantendo a área preservada. Esta é uma maneira de valorizar a presença delas, relata.
A abertura para a visitação também é vista com bons olhos por Vizentin. Fica difícil explicar qual é a importância de um parque se nem a população do entorno puder perceber quais são os benefícios, comenta.
Ele finaliza ressaltando que a questão do uso público desses espaços precisa ganhar novas e maiores proporções. O uso público tem que ser elevado a outra escala, senão nós vamos cada vez mais nos restringir ao interior dessas unidades, imaginando que estamos fazendo o melhor para protegê-las, quando na verdade o caminho seria abrir.
(Envolverde)
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Aproximar a população é o caminho para uma maior e melhor preservação das unidades de conservação existentes no Brasil. A afirmação é de Roberto Ricardo Vizentin, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), entidade que possui o desafio de gerir 312 unidades de conservação federais, distribuídas nos seis biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal) e nas zonas costeira e marinha. Estas áreas, segundo ele disse em sua fala durante o VII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), que acontece em Natal (RN), de 24 a 27 de setembro, precisam ser reposicionadas perante a sociedade.
De acordo com Vizentin, entre 2003 e 2009, o Brasil foi o responsável pela criação de 74% de todas as unidades de conservação estabelecidas no planeta, porém, o valor dessas áreas não é percebido pela população.
Ele aponta que um novo senso comum, com um entendimento do papel das unidades de conservação, é algo que deve ser construído a muitas mãos. A força política ambiental como um todo precisa estabelecer um novo pacto, um novo contrato entre a sociedade e a natureza. Ele destaca que, quando utiliza o termo política ambiental, se refere não só à classe política propriamente dita, como também às organizações não governamentais (ONGs), empresas e todos o que estão dedicados a este objetivo comum. Precisamos construir, elaborar e comunicar uma nova narrativa sobre o papel destas áreas, complementa.
O modelo brasileiro de gestão das unidades de conservação é definido por Vizentin como único, porque tem uma lei específica que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), que é multifuncional, multiespacial, participativo e com controle social, mas que, conforme ele destaca, precisa ser consolidado. O SNUC hoje nos dá as ferramentas que precisamos para fazer com que a sociedade abrace as unidades de conservação. Isto só depende da nossa capacidade de trazer a sociedade para dentro destas áreas, estabelecendo uma relação de uso, mas com cuidado e planejamento necessários, enfatiza.
O presidente do ICMBio explica que existem várias maneiras de estabelecer essa relação. As reservas extrativistas, por exemplo, abrigam entre 60 e 70 mil famílias. O projeto Brasil Sem Miséria incluiu um benefício, chamado bolsa verde, que essas famílias recebem, na forma de algo semelhante ao pagamento por serviços ambientais, ao se comprometerem a continuar mantendo a área preservada. Esta é uma maneira de valorizar a presença delas, relata.
A abertura para a visitação também é vista com bons olhos por Vizentin. Fica difícil explicar qual é a importância de um parque se nem a população do entorno puder perceber quais são os benefícios, comenta.
Ele finaliza ressaltando que a questão do uso público desses espaços precisa ganhar novas e maiores proporções. O uso público tem que ser elevado a outra escala, senão nós vamos cada vez mais nos restringir ao interior dessas unidades, imaginando que estamos fazendo o melhor para protegê-las, quando na verdade o caminho seria abrir.
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