Prejuízos com mudanças climáticas passam de US$ 1,2 tri/ano
Apesar de muita gente ainda considerar as mudanças climáticas uma fraude ou uma peça de ficção científica, cada dia que passa ficam mais claras, e custosas, as consequências do fenômeno para a humanidade.
Nesta quarta-feira (26) foi apresentado o estudo Climate Vulnerability Monitor: A Guide to the Cold Calculus of A Hot Planet, publicado pelo Grupo Dara a pedido de 20 países, que destaca os enormes impactos das mudanças climáticas que já podem ser vistos no planeta e que projeta um cenário desolador para as próximas décadas.
O documento, elaborado por um grupo de 50 cientistas, economistas e especialistas em políticas públicas, afirma que as mudanças climáticas contribuem para a morte de 400 mil pessoas anualmente e resultam em prejuízos de mais de US$ 1,2 trilhão, cerca de 1,6% do PIB global.
Ainda segundo o relatório, até 2030, mais de cinco milhões de mortes ocorrerão como consequência da fome, da poluição do ar e de doenças relacionadas com as mudanças climáticas. Desse total, 90% acontecerão em países em desenvolvimento.
A crise climática deve resultar na morte de 100 milhões de pessoas entre agora e o fim da próxima década, destaca o documento.
Para chegar a essa conclusão, foram avaliados os impactos econômicos e humanos de eventos climáticos extremos somados a alterações mais longas nos padrões climáticos, como mudanças na quantidade de chuvas, em mais de 184 nações.
Também até 2030, os prejuízos econômicos devem chegar a 3,2% do PIB global. Se nada for feito, até o fim do século essa porcentagem ultrapassará os 10%.
As nações mais pobres são as que mais sofrerão, pois são as mais vulneráveis aos efeitos das secas, da queda de produção agrícola e das doenças. Na média, estes países podem perder até 11% do PIB nos próximos 20 anos.
Sheikh Hasina, a primeira-ministra de Bangladesh, um dos países que comissionaram o estudo, destaca a verdade desses dados e como a transformação no clima está impedindo o desenvolvimento de sua nação.Um aumento de 1°C nas temperaturas representa 10% de queda na produtividade agrícola. Para nós, isso significa perder quatro milhões de toneladas de grãos, um prejuízo de US$ 2,5 bilhões, cerca de 2% do nosso PIB. Se somarmos os danos às propriedades e outras perdas, encaramos 4% a menos no PIB.
As mudanças climáticas não são uma ameaça de um futuro distante, mas um perigo atual. Os impactos econômicos já estão conosco, completou Michael Zammit Cutajar, ex-secretário-executivo do braço climático da ONU (UNFCCC).
O estudo recomenda que US$ 150 bilhões sejam disponibilizados anualmente para ações de adaptação e mitigação climática. De acordo com os autores, o ideal seria investir 0,5% do PIB durante toda a próxima década em tecnologias limpas que garantiriam a redução das emissões de gases do efeito estufa necessária para limitar o aquecimento global.
Este relatório deveria ser encarado como um alerta vermelho para as negociações climáticas internacionais, afirmou Hasina.
Mas diante dos impasses entre países ricos e emergentes sobre diversas questões, como o futuro do Protocolo de Quioto, a perspectiva de que a Conferência do Clima da ONU em Doha, no Catar, em novembro, traga avanços concretos não é muito boa. Mesmo assim, a Dara cobra ações urgentes.
Os governos devem agir decisivamente para combater os custos crescentes resultado da inação das mudanças climáticas para os países. Os investimento exigidos para evitar as piores consequências do fenômeno são bem inferiores aos prejuízos, isto deixa claro que é o caminho que devemos seguir, concluiu José María Figueres, ex-presidente da Costa Rica e membro da Dara.
(Instituto CarbonoBrasil)
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Nesta quarta-feira (26) foi apresentado o estudo Climate Vulnerability Monitor: A Guide to the Cold Calculus of A Hot Planet, publicado pelo Grupo Dara a pedido de 20 países, que destaca os enormes impactos das mudanças climáticas que já podem ser vistos no planeta e que projeta um cenário desolador para as próximas décadas.
O documento, elaborado por um grupo de 50 cientistas, economistas e especialistas em políticas públicas, afirma que as mudanças climáticas contribuem para a morte de 400 mil pessoas anualmente e resultam em prejuízos de mais de US$ 1,2 trilhão, cerca de 1,6% do PIB global.
Ainda segundo o relatório, até 2030, mais de cinco milhões de mortes ocorrerão como consequência da fome, da poluição do ar e de doenças relacionadas com as mudanças climáticas. Desse total, 90% acontecerão em países em desenvolvimento.
A crise climática deve resultar na morte de 100 milhões de pessoas entre agora e o fim da próxima década, destaca o documento.
Para chegar a essa conclusão, foram avaliados os impactos econômicos e humanos de eventos climáticos extremos somados a alterações mais longas nos padrões climáticos, como mudanças na quantidade de chuvas, em mais de 184 nações.
Também até 2030, os prejuízos econômicos devem chegar a 3,2% do PIB global. Se nada for feito, até o fim do século essa porcentagem ultrapassará os 10%.
As nações mais pobres são as que mais sofrerão, pois são as mais vulneráveis aos efeitos das secas, da queda de produção agrícola e das doenças. Na média, estes países podem perder até 11% do PIB nos próximos 20 anos.
Sheikh Hasina, a primeira-ministra de Bangladesh, um dos países que comissionaram o estudo, destaca a verdade desses dados e como a transformação no clima está impedindo o desenvolvimento de sua nação.Um aumento de 1°C nas temperaturas representa 10% de queda na produtividade agrícola. Para nós, isso significa perder quatro milhões de toneladas de grãos, um prejuízo de US$ 2,5 bilhões, cerca de 2% do nosso PIB. Se somarmos os danos às propriedades e outras perdas, encaramos 4% a menos no PIB.
As mudanças climáticas não são uma ameaça de um futuro distante, mas um perigo atual. Os impactos econômicos já estão conosco, completou Michael Zammit Cutajar, ex-secretário-executivo do braço climático da ONU (UNFCCC).
O estudo recomenda que US$ 150 bilhões sejam disponibilizados anualmente para ações de adaptação e mitigação climática. De acordo com os autores, o ideal seria investir 0,5% do PIB durante toda a próxima década em tecnologias limpas que garantiriam a redução das emissões de gases do efeito estufa necessária para limitar o aquecimento global.
Este relatório deveria ser encarado como um alerta vermelho para as negociações climáticas internacionais, afirmou Hasina.
Mas diante dos impasses entre países ricos e emergentes sobre diversas questões, como o futuro do Protocolo de Quioto, a perspectiva de que a Conferência do Clima da ONU em Doha, no Catar, em novembro, traga avanços concretos não é muito boa. Mesmo assim, a Dara cobra ações urgentes.
Os governos devem agir decisivamente para combater os custos crescentes resultado da inação das mudanças climáticas para os países. Os investimento exigidos para evitar as piores consequências do fenômeno são bem inferiores aos prejuízos, isto deixa claro que é o caminho que devemos seguir, concluiu José María Figueres, ex-presidente da Costa Rica e membro da Dara.
(Instituto CarbonoBrasil)
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