Comitês temáticos Anpei debatem cooperação em pesquisa e inovação

Data: 18/09/2012
A Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) realizou no dia 5 de setembro, na sede da Finep no Rio de Janeiro, o Primeiro Encontro Especial dos Comitês Temáticos Anpei. No evento, os integrantes dos comitês temáticos que tratam de Promoção da Interação ICT-Empresa; de Gestão da Propriedade Intelectual; e de Alta Performance na Gestão de Centros de P&D debateram os vários aspectos que envolvem a interação entre institutos de pesquisa e universidades públicos e privados e as empresas. Mais de 50 pessoas participaram da reunião, representando os setores empresarial, acadêmico e de governo, entre eles Ada Gonçalves, da área de Planejamento da Finep. A Financiadora é membro do Comitê Temático de Gestão da Propriedade Intelectual.

Os Comitês Temáticos Anpei reúnem os representantes das associadas para debater temas que são cruciais para as atividades de inovação nas empresas. Os Comitês são essencialmente o ambiente Anpei de aprendizado, para troca de conhecimentos, experiências e práticas entre os associados para alavancar suas atividades de inovação. As reuniões costumam ser mensais e cada Comitê se reúne isoladamente. Como há questões transversais aos Comitês, a Anpei resolveu organizar um encontro que os reunisse, o que foi feito no espaço oferecido pela Finep, com quem a Associação mantém um estreito diálogo.

“A pauta dessa reunião é de extrema importância para as agências de governo, ICTs e empresas. Estamos tendo muitas iniciativas na promoção da interação entre as empresas, a academia e o governo, mas muito ainda está por fazer”, destacou Naldo Dantas, secretário executivo da Anpei. “Esse grupo que se reuniu na Finep é formado por pessoas e entidades cujas demandas e ideias têm potencial de gerar impacto significativo no sistema”, prosseguiu.

O tema central da reunião foi a questão da titularidade nos casos de direitos de propriedade intelectual, cujo mecanismo essencialmente utilizado é a patente. Também foram discutidas as formas de reconhecer a apropriação do conhecimento nas parcerias para projetos de pesquisa e inovação.

As atividades do dia

No encontro, a consultora em gestão da inovação Vera Crosta apresentou a palestra “O presente e o futuro legal das parcerias”, mostrando como está a situação hoje, com a Lei de Inovação, e o que pode mudar caso o novo Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que tramita no Congresso Nacional, seja aprovado.

A seguir, o representante da empresa Whirlpool, Mario Alexandre Gonçalves, que também é coordenador do Comitê Temático de Gestão da Propriedade Intelectual da Anpei, apresentou o case “Whirlpool e UFSC: 30 anos de parcerias e os desafios dos novos tempos.” Em sua fala, ele destacou ganhos para a empresa e a universidade pelo estabelecimento de uma parceria de longo prazo, como, por exemplo, a criação de novos laboratórios, a formação de recursos humanos qualificados e que já atendem as demandas do mercado de trabalho e o desenvolvimento de tecnologias de ponta. Com o case, ele mostrou que os ganhos maiores são intangíveis: 40% do quadro do centro de P&D da Whirlpool e 80% do quadro de dirigentes são da UFSC, mostrando que a parceria contribui para a atração de talentos para a empresa.

Leonardo Garnica, coordenador de parcerias da Natura, falou sobre “Evolução na Gestão de Parcerias com ICTs”. Ele detalhou a política da Natura na interação com institutos de pesquisa e universidades, com destaque para o trabalho do Time de Orientação para Parcerias (TOP), que é multidisciplinar e composto por pessoas do jurídico, da área técnica de propriedade intelectual, da área de parcerias com empresas e universidades, e os líderes de projeto. Ele também apresentou as diretrizes gerais para os acordos de cooperação, que oferecem critérios para seleção dos parceiros, e a forma como a Natura remunera seus parceiros nos projetos de P,D&I. A empresa adota sistemas flexíveis nas parcerias, especialmente na negociação da remuneração pelo uso do conhecimento.

A última apresentação foi feita por Luís Alberto Breda Mascarenhas, gerente do núcleo estratégico do Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec), do Senai-Bahia. Ele apresentou a palestra “Senai/Cimatec: um novo elo de interação ICT-Empresas”, em que mostrou o que é e o que faz o Cimatec – um centro de pesquisa tecnológica que agrega também uma escola técnica e ensino superior, com curso de pós-graduação e engenharia. Mascarenhas falou sobre a operação da Brasileira de Pesquisa e Inovação (Embrapii) – o Cimatec participa do projeto piloto de formação da empresa – e sobre a política do instituto para os projetos cooperativos.

Ao final da reunião dos Comitês Temáticos Anpei na Finep, os participantes se dividiram em grupos para debater as contribuições/desafios para as parcerias entre institutos, universidades e empresas e quais mudanças internas e externas deveriam ser promovidas para superar esses desafios. Os temas levantados no encontro devem ser aprofundados nas próximas reuniões dos Comitês Temáticos e vai compor um material complementar do Guia de Boas Práticas Interação ICT-Empresa, lançado pela Anpei em sua XII Conferência, em Joinville, no mês de junho.


Anpei


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