Indústria deve ter gestão eficiente no controle de gases de efeito estufa

Data: 14/09/2012

O objetivo de vários países em efetivamente reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) não passa necessariamente pela redução da atividade das indústrias e das demais empresas. O segredo está na gestão eficiente. É o que defende o diretor do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês), John Drexhage. Ele participou do primeiro dia de debates do 2º Seminário Internacional de Gestão da Energia na Indústria de Mineração – Enermin 2012 (www.enermin2012.com), que terminou nesta quarta-feira (12) em Salvador (BA).

Segundo o executivo, quando se fala em controle ou diminuição das emissões de gases de efeito estufa logo se pensa em uma diminuição da atividade, o que interfere de forma negativa no desenvolvimento. “No entanto, esta é uma ótima oportunidade para melhorar a gestão e eficiência energética, algo estratégico para as empresas e para as nações”, pondera Drexhage, que participou do painel “Eficiência Energética e Sustentabilidade da Mineração” do evento.

Especialistas em mineração e em energia, reunidos no Enermin 2012 dizem que o desafio das mudanças climáticas pode ser assim resumido: a humanidade tem dez ou 20 anos, no máximo, para substituir a fonte primária da energia consumida pela economia mundial. De acordo com a Organização das Nações Unidas para o Câmbio Climático (UNFCCC, na sigla em inglês), 80% da responsabilidade pela mudança climática cabe ao setor energético. Isto porque atualmente quatro quintos da energia que sustenta a produção econômica total do planeta provém da queima de combustíveis fósseis.

A este desafio se soma o aumento do consumo energético mundial. De acordo com o diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração - IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes, das sete bilhões de pessoas no mundo 1,7 bilhão não têm acesso à energia. Sem mencionar o crescimento que os países emergentes apresentam, o que aumenta a pressão nas emissões de gases de efeito estufa (GEEs).

A mineração é essencial para uma mudança na matriz energética mundial e, consequentemente, no combate às mudanças climáticas. Por ser uma indústria de base, muitos bens minerais são insumos para o desenvolvimento das energias alternativas. Mas a própria indústria deve estar atenta quanto à sua própria emissão de GEEs.

A encruzilhada chilena
Em alguns países, o desafio de buscar uma matriz energética renovável se torna mais difícil devido às suas características naturais, como é o caso do Chile. É o que revela o Gerente Sênior de Energia e Água e Recursos Hídricos da mineradora Codelco, Andrés Alonso.

Segundo ele, o Chile apresenta escassez de energia natural, o que torna o uso do carvão uma boa possibilidade de atender a demanda energética. “Cerca de 75% da energia chilena é importada. Então não podemos abdicar de nenhuma possibilidade de reduzir essa dependência. Diante deste cenário, precisamos aumentar o consumo de carbono e consequentemente nossas emissões. Mas vamos tomar as medidas necessárias para que o efeito causado no meio ambiente seja o menor possível”, afirma.

Além de procurar tecnologias que capturem o carbono emitido, o Chile determinou como meta atingir 10 % de energia renovável na matriz energética do país até 2024.

O Enermin 2012 terminou nesta quarta-feira (12), no Hotel Fiesta em Salvador. Durante o evento, dez países foram responsáveis por 40 apresentações, divididas em nove sessões técnicas e seis plenárias.

O seminário foi realizado pelo IBRAM em parceria com a Gecamin – Conferencias para La Minería do Chile e a JKtech SMI Technology Transfer. Os patrocinadores são Vale S.A., Samarco Mineração, Sinferbase e CEMIG. O evento contou com apoio institucional de: Salvador Convention Bureau, Sociedade Nacional de Minería, Consejo Minero, Camese, Cesco, Sernageomin e ABIAPE – Ass. Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia.

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