Indústria deve ter gestão eficiente no controle de gases de efeito estufa
O objetivo de vários países em efetivamente reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) não passa necessariamente pela redução da atividade das indústrias e das demais empresas. O segredo está na gestão eficiente. É o que defende o diretor do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês), John Drexhage. Ele participou do primeiro dia de debates do 2º Seminário Internacional de Gestão da Energia na Indústria de Mineração Enermin 2012 (www.enermin2012.com), que terminou nesta quarta-feira (12) em Salvador (BA).
Segundo o executivo, quando se fala em controle ou diminuição das emissões de gases de efeito estufa logo se pensa em uma diminuição da atividade, o que interfere de forma negativa no desenvolvimento. No entanto, esta é uma ótima oportunidade para melhorar a gestão e eficiência energética, algo estratégico para as empresas e para as nações, pondera Drexhage, que participou do painel Eficiência Energética e Sustentabilidade da Mineração do evento.
Especialistas em mineração e em energia, reunidos no Enermin 2012 dizem que o desafio das mudanças climáticas pode ser assim resumido: a humanidade tem dez ou 20 anos, no máximo, para substituir a fonte primária da energia consumida pela economia mundial. De acordo com a Organização das Nações Unidas para o Câmbio Climático (UNFCCC, na sigla em inglês), 80% da responsabilidade pela mudança climática cabe ao setor energético. Isto porque atualmente quatro quintos da energia que sustenta a produção econômica total do planeta provém da queima de combustíveis fósseis.
A este desafio se soma o aumento do consumo energético mundial. De acordo com o diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração - IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes, das sete bilhões de pessoas no mundo 1,7 bilhão não têm acesso à energia. Sem mencionar o crescimento que os países emergentes apresentam, o que aumenta a pressão nas emissões de gases de efeito estufa (GEEs).
A mineração é essencial para uma mudança na matriz energética mundial e, consequentemente, no combate às mudanças climáticas. Por ser uma indústria de base, muitos bens minerais são insumos para o desenvolvimento das energias alternativas. Mas a própria indústria deve estar atenta quanto à sua própria emissão de GEEs.
A encruzilhada chilena
Em alguns países, o desafio de buscar uma matriz energética renovável se torna mais difícil devido às suas características naturais, como é o caso do Chile. É o que revela o Gerente Sênior de Energia e Água e Recursos Hídricos da mineradora Codelco, Andrés Alonso.
Segundo ele, o Chile apresenta escassez de energia natural, o que torna o uso do carvão uma boa possibilidade de atender a demanda energética. Cerca de 75% da energia chilena é importada. Então não podemos abdicar de nenhuma possibilidade de reduzir essa dependência. Diante deste cenário, precisamos aumentar o consumo de carbono e consequentemente nossas emissões. Mas vamos tomar as medidas necessárias para que o efeito causado no meio ambiente seja o menor possível, afirma.
Além de procurar tecnologias que capturem o carbono emitido, o Chile determinou como meta atingir 10 % de energia renovável na matriz energética do país até 2024.
O Enermin 2012 terminou nesta quarta-feira (12), no Hotel Fiesta em Salvador. Durante o evento, dez países foram responsáveis por 40 apresentações, divididas em nove sessões técnicas e seis plenárias.
O seminário foi realizado pelo IBRAM em parceria com a Gecamin Conferencias para La Minería do Chile e a JKtech SMI Technology Transfer. Os patrocinadores são Vale S.A., Samarco Mineração, Sinferbase e CEMIG. O evento contou com apoio institucional de: Salvador Convention Bureau, Sociedade Nacional de Minería, Consejo Minero, Camese, Cesco, Sernageomin e ABIAPE Ass. Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia.
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