Ciência como base para a inovação e o desenvolvimento sustentável

Data: 04/09/2012
A ciência como base para a inovação e o desenvolvimento sustentável foi o norte dos debates propostos no último dia do 1º Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência 2013, realizado na sexta-feira (31) na sede da Fapesp, em São Paulo.


O professor Hernan Chaimovich, da ABC e USP, disse que é fundamental considerar a ciência como uma importante e inteligente fonte de poder para a sociedade. É preciso aumentar o número de produção de pesquisas, incentivar a colaboração entre cientistas e seu envolvimento nas decisões do País, mirando o futuro. "É fato que no Brasil as pesquisas são feitas por um número reduzido de universidades. Mas o mais importante é sabermos que tipo de ciência está se produzindo no País. Nossas escolas precisam de excelência, incentivo e qualidade de ensino para descobrirem quais os caminhos estão se tomando em busca do conhecimento", disse.



Mas como buscar o equilíbrio entre educação e pesquisa? Para Chaimovich, o impacto da ciência brasileira e o número de cientistas precisam ser elevados para que o setor continue na direção certa. Por isso, há necessidade também de melhorar a qualidade da governança acadêmica, revendo o modo como se conduz e se avaliam as universidades brasileiras. "A ideia é olhar para os problemas com total relevância e sem preconceitos para saber onde estão os possíveis pontos para serem aprimorados."



O acesso e a apropriação ao conhecimento científico são os grandes motores para o desenvolvimento da ciência nos Estados Unidos, segundo Vaughan C. Turekian, da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS). Para ele, um dos pontos mais importantes é o engajamento do público. Esse engajamento se dá por meio de ações simples como, por exemplo, conhecer as necessidades da sociedade e saber o que as pessoas estão pensando sobre determinado assunto.



"A regra geral é promover a integração entre os agentes dos negócios, universidades, governo e sociedade. Um exemplo é a programação do Fórum de 2013. Vamos compartilhar as melhores práticas desenvolvidas, listar os principais pontos discutidos em todos os encontros preparatórios e discuti-los para se chegar a uma dinâmica mais democrática", conclui.



Turekian explica que na mesma direção estão as publicações e os periódicos sobre pesquisas e estudos científicos no Brasil e no mundo. Uma prática nos EUA tem chamado a atenção no modo de se tornarem 'palpáveis' os resultados científicos com a integração entre os comunicadores de 'ciência e tecnologia'.



"Levamos os jornalistas para dentro dos laboratórios e centros de pesquisas para que eles consigam entender como a ciência acontece, como determinado estudo foi conduzido e como tal resultado afeta a vida de milhões de pessoas e seres vivos. Isto é um ponto importante que contribui para a disseminação da ciência", disse.



Desenvolvimento Ambiental - Lídia Brito, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), ao apresentar 'A ciência para o desenvolvimento sustentável' durante o encontro, declarou que uma das grandes emergências do mundo é encontrar formas ideais para o desenvolvimento ambiental.



"Não há nenhuma empresa no mundo e nenhum cientista que pode dizer que o assunto não seja com eles. Mesmo tendo a boa notícia de que o conhecimento avançou neste sentido, ainda temos de 'descobrir' o que se pode fazer em conjunto e o como a ciência pode nos ajudar nesta questão e nos trazer diretrizes?", questionou.



Segundo ela, o Fórum Mundial de Ciência será o encontro internacional ideal para a discussão sobre o novo DNA para o desenvolvimento sustentável. "Só assim teremos questões completas e tão próximas da realidade social, econômica e ambiental do mundo. Estamos no caminho certo para definirmos as grandes discussões, desafios e pesadelos do desenvolvimento, para criar incentivos e compartilhar cada vez mais as soluções de problemas locais e globais", finaliza.



(Jornal da Ciência)






< voltar