Dois satélites entram na luta contra o aquecimento global

Data: 26/01/2009

Dois satélites entram na luta contra o aquecimento global


O Japão lançou na sexta-feira um satélite cuja missão é analisar a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera e monitorar seu volume. Chamado de Gosat (Observação do Efeito Estufa por Satélite, na sigla em inglês), ele vai ter a companhia do OCO (Observatório Orbital de Carbono, também na sigla em inglês), satélite da Nasa que tem objetivo parecido e deve ser lançado ainda no primeiro semestre. Serão os primeiros exclusivamente dedicados a esta função.

De acordo com um comunicado da agência espacial japonesa, a Jaxa, o satélite vai “contribuir para os esforços internacionais de combate aos efeitos do aquecimento global”. O Gosat vai mapear os gases do efeito estufa a uma altitude de 666 quilômetros da Terra, ao longo de cinco anos de missão. Já o satélite da Nasa vai detalhar a concentração de CO2 próximo à superfície, onde o efeito do aquecimento é mais sentido, e apontar os principais locais na atmosfera onde o CO2 é absorvido, os chamados sorvedouros.

Sabe-se que a Terra absorve cerca de 50% do CO2 que liberamos na atmosfera, a maioria indo parar nos oceanos e florestas. Mas os demais sorvedouros ainda são pouco conhecidos. "O Gosat e o OCO vão tentar medir quantidades semelhantes de CO2, mas seus objetivos científicos diferem sutilmente", explica o pesquisador Paul Palmer, da Universidade de Edimburgo, colaborador da missão japonesa. O OCO busca encontrar os principais sorvedouros de CO2. Já o Gosat vai tentar identificar e monitorar as fontes de CO2. Mas ele também vai medir os sorvedouros.

Com o Gosat, o Japão pretende monitorar suas fontes de emissão e manter suas metas de redução, de acordo com o Protocolo de Kioto, do qual é um dos signatários. O acordo internacional contra o aquecimento global entrou em vigor em 2005 e expira em 2012.

O satélite japonês pode também ajudar a esclarecer alguns pontos obscuros relacionados às mudanças climáticas. Como, por exemplo, a existência de sorvedouros de CO2 ainda desconhecidos. "Baseado no que conhecemos sobre o papel das florestas e dos oceanos, ainda restam grandes quantidades de carbono sendo absorvidas, mas não sabemos como", explica Palmer.



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