Rio+20: Banco Mundial aprova projeto de US$ 26 milhões para restaurar Mata Atlântica, diz Joly

Data: 19/06/2012

Diante da devastação da Mata Atlântica, o braço ambiental do Banco Mundial, o fundo Global Enviroment Facility (GEF), aprovou um projeto de US$ 26 milhões para restauração do bioma, hoje um dos mais devastados do País, e de seus serviços ecossistêmicos na bacia do Paraíba do Sul, que estende-se pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.


A informação foi antecipada pelo cientista Carlos Alfredo Joly, professor da Unicamp, durante a cerimônia de entrega do Prêmio Muriqui 2012 realizada na tarde de sábado (16), no pavilhão do Governo do Estado do Rio de Janeiro no Parque dos Atletas.



Criador do projeto Biota-São Paulo, o maior projeto científico do País e diretor do Departamento de Políticas e Programas Temáticos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Joly recebeu o Prêmio Muriqui 2012, na categoria pessoa física por ter se dedicado à Mata Atlântica há muitos anos.



"Vamos juntar todo conhecimento que temos até agora para começar a trabalhar na restauração em larga escala. Passamos da necessidade de conservar a Mata Atlântica para necessidade de restaurá-la, de ampliá-la e de reconectar fragmentos", disse Joly, estudioso da Mata Atlântica, sem querer dar mais informações sobre o assunto.



A bacia do Paraíba do Sul situa-se na região da Mata Atlântica e corresponde a cerca de 0,7% da área do País e, aproximadamente, a 6% da região sudeste do Brasil. No Rio de Janeiro, a bacia abrange 63% da área total do estado; em São Paulo, 5% e em Minas Gerais, 4%, segundo dados do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP).



Na manhã desta segunda-feira (18), o IBGE divulgou a pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2012 - que traça o retrato do desmatamento no País - em que mostra que apenas 12% da área original da Mata Atlântica estão preservados, o equivalente a 149,7 mil km² da totalidade de 1,8 milhão km², segundo os dados do IBGE que se referem a 2010.



A área desmatada chega a 1,13 milhão km² (88% do original), uma extensão quase equivalente a do estado do Pará. Essa é a primeira vez em que o IBGE apresenta os dados de devastação de todo o território, para além da Amazônia.



(Jornal da Ciência)





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