Países em desenvolvimento querem criar fundo de US$ 30 bilhões para financiar ações sustentáveis

Data: 15/06/2012



Um fundo de US$ 30 bilhões pode ser criado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), pelos países do G77+China, entre os quais o Brasil, para financiar o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento. A informação foi dada ontem (13) pelo negociador-chefe do Brasil na conferência, o embaixador Luiz Figueiredo Machado.



Em entrevista coletiva à imprensa, no Riocentro, sede do evento, o embaixador confirmou que a proposta foi apresentada com objetivo de facilitar a implementação do documento final da Rio+20, que se estenderá até o dia 22. "O grupo do G77+China tem a ideia da criação de um fundo para o desenvolvimento sustentável, de U$ 30 bilhões. Essa é uma proposta que conta com respaldo do grupo e faz parte da negociação que está sendo conduzida", disse.



Negociações documento final - O secretário-geral das Nações Unidas (ONU) para a Rio+20, o embaixador chinês Sha Zukang, voltou a reforçar o pedido para que os representantes dos países responsáveis pelo texto final da conferência acelerem as negociações. Em mais uma cobrança pública, ele disse que o mundo "está de olho" nas decisões da Conferência. "De hoje em diante estamos na reta final. Devemos, drasticamente, acelerar as negociações. O mundo inteiro está nos olhando e não podemos decepcioná-lo", disse Zukang.



A declaração foi dada ao abrir, nesta quarta-feira, a terceira e última rodada de negociações do documento final do evento, cujo teor será divulgado dia 22. Antes disso, até a próxima sexta-feira (15), os representantes dos governos devem deixar o texto final alinhavado. A partir dessa data, entram na negociação, com mais força, os chefes de Estado. "Precisamos de um ambicioso e histórico documento, com um forte compromisso de gerar mudanças globais positivas", disse Zukang. "Vamos usar esses dias finais para transformar nossas aspirações e sonhos em realidade", completou.



Para facilitar as negociações da declaração, Zukang explicou que os representantes dos países-membros da ONU dividiram o rascunho final em cinco partes, sob a responsabilidade de dois grupos de discussão. Um deles está a cargo dos mecanismos de implementação de acordos e metas de ação. O outro, com questões relativas à economia verde.



Zukang acrescentou que, enquanto os acordos oficiais não se destravam, ganham força compromissos voluntários por parte de organizações da sociedade, empresários e governos. "Eles complementarão o acordo oficial promovendo ações com foco na energia renovável, agricultura e transportes sustentáveis. É um legado importante", observou.



Compromisso - Ao abrir oficialmente a Rio+20, em solenidade realizada ontem (13), a presidente Dilma Rousseff lançou um alerta sobre a necessidade de um compromisso entre todos os países do mundo para alcançar metas de desenvolvimento sustentável, principalmente as nações desenvolvidas que enfrentam crise em suas economias.



"Não consideramos que o respeito ao meio ambiente só se dá em fase de expansão do ciclo econômico. Pelo contrário, um posicionamento pró-crescimento, de preservar e conservar, é intrínseco à concepção de desenvolvimento, sobretudo diante das crises", afirmou.



Dilma ressaltou que "o ambiente não é um adereço, faz parte da visão de incluir e crescer porque em todas elas nós queremos que esteja incluído o sentido de preservar e conservar". A presidente acrescentou que os compromissos apresentados durante a Rio+20 foram assumidos "voluntariamente". "Consideramos que a sustentabilidade é um dos eixos centrais da nossa conviccção de desenvolvimento", destacou.



No dia 20, a presidente deve voltar à cidade do Rio, quando se reunirá com chefes de Estado até o dia 22, último dia da conferência.

(Agência Brasil)






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