Rio+20: Inovação é a saída para conciliar preservação ambiental e desenvolvimento, diz ministro

Data: 15/06/2012

O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, declarou ontem (13) que a Rio+20 - Conferência sobre o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas - deve estimular o pensamento da sociedade sobre a importância de conciliar preservação ambiental com o desenvolvimento econômico, com mais investimentos em educação e geração de emprego. Para ele, a saída é investir em inovação, na agregação de novas tecnologias e na criatividade dos processos produtivos e da produção de alimentos garantindo, ao mesmo tempo, a preservação ambiental.


"Não há como mudar as práticas e as maneiras de produção, respeitando o meio ambiente, sem inovar, sem incluir novas tecnologias", disse o ministro ontem à imprensa, no primeiro dia do evento científico e tecnológico para o desenvolvimento sustentável, batizado de Pop Ciência na Rio+20, que vai até o dia 22, no Armazém 4, do Píer Mauá.



Segundo ele, o Ministério busca vias para conciliar inclusão social, desenvolvimento econômico e preservação ambiental sob a ótica da ciência e tecnologia. "O que está sendo discutido é como fazer com que a produção se mantenha ao mesmo tempo com a preservação ambiental. Entendemos que a ciência e tecnologia são também muito importantes para isso", salientou.



Para Raupp, o Brasil hoje apresenta algumas medidas inovadoras, praticadas, sobretudo, no plantio direto da agricultura, utilizado por 70% da agricultura comercial (empresarial). "Essa é uma prática sustentável que tem de ser disseminada para todo mundo", declarou o ministro que durante a exposição interagiu como equipamentos digitais disponíveis no evento e visitou vários estandes de instituições científicas, como a Sociedade para o Progresso da Ciência (SBPC), Observatório Nacional (ON), Instituto Nacional do Semi-Árido (Insa) e Fiocruz.



Interação entre pesquisa e produção - Para fazer frente às práticas sustentáveis dos próximos anos, o ministro afirmou ser necessário investir mais na criatividade e na formação de profissionais que possam interagir nesse processo. "É fundamental investir na interação das pesquisas com todas as atividades produtivas, entre as pessoas que criam o conhecimento e os setores produtivos."



O ministro citou a Embrapa como exemplo bem-sucedido por estimular novos procedimentos e o uso de tecnologias pelos produtores agrícolas. "É por isso que a agricultura brasileira evoluiu. Esse é um bom exemplo para ser utilizado em todas as áreas", disse o ministro, sem citar a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), instituição que terá o papel de estimular a parceria com o empresariado nacional na área da inovação.



Interiorização da pesquisa - O diretor de serviços e soluções da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), José Luiz Ribeiro Filho, defendeu o desenvolvimento de políticas públicas capazes de melhorar a infraestrutura da área de telecomunicações da rede de pesquisas acadêmicas (instituições de pesquisas e universidades) do País. O ideal, disse ele, é estimular a interação de pesquisadores do interior do País com os dos grandes centros para expandir os trabalhos científicos e tecnológicos. "A cobertura da infraestrutura no interior do País é muito ineficiente", disse ele, destacando que a infraestrutura da área de telecomunicações da rede de pesquisa acadêmica dos grandes centros é uma das melhores do mundo.



Sustentabilidade - Já o secretário-executivo do MCTI, Luiz Antonio Elias, disse que a força da competitividade, para fazer frente ao desenvolvimento econômico, mesmo diante da atual crise internacional, está no progresso técnico. Segundo ele, é necessário considerar o tema sustentabilidade como eixo básico estruturante desse processo.



"A conferência Rio+20 em meio à crise econômica mundial é um momento oportuno e de reflexão. Existem questões importantes sobre o tratamento da biodiversidade mundial, de oportunidade de se extrair valor agregado da área de fármacos, da área de fito-cosméticos e de um conjunto de princípios ativos importantes para a sociedade mundial a partir da biodiversidade, da qual o Brasil é um dos mais ricos", disse.



Ao acompanhar a abertura do evento, o ministro Raupp elogiou a exposição de temas e de equipamentos digitais interativos sobre a biodiversidade e sustentabilidade. "Acho que eles contribuem fortemente com o espírito da Rio+20. Ou seja, difundem as informações, especialmente aos mais jovens e a estudantes, indicando os caminhos a serem seguidos. Relacionar a exposição com as atividades escolares é um valor indicativo imenso."



Na ocasião, o ministro concordou com a ideia de que todas as escolas públicas deveriam ter um banco de dados digital sobre a biodiversidade. "Essa seria uma boa idéia. Por que não se digitaliza tudo isso [material em exposição sobre biodiversidade e sustentabilidade"> e oferta para todas as escolas do Brasil?", questionou para depois responder: "Acho que isso é um projeto para nós [MCTI"> e o MEC [Ministério da Educação"> fazermos. É uma excelente idéia para ser concretizada."



( Jornal da Ciência)





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