Brasil integra o Conselho Global de Pesquisa

Data: 25/05/2012

O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, e o diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde, Paulo Sérgio Lacerda Beirão, participaram na semana passada, na sede da Fundação Nacional de Ciência (NSF, na sigla em inglês), em Washington DC, nos Estados Unidos, do anúncio da criação do Conselho Global de Pesquisa (GRC na sigla em inglês).


A entidade, que congrega representante de 50 países, é um fórum independente de governos, e que reúne as agências de fomento nacionais de todos os países que a ele aderirem, que tem a função de analisar questões importantes para as agências de financiamento de pesquisa de todo o mundo com o objetivo de melhorar a colaboração internacional entre elas. Entre os temas a serem discutidos no GRC estão as melhores formas de financiamento da infraestrutura da pesquisa, a melhor forma de gerir a propriedade intelectual e a ética na pesquisa científica.



O Brasil faz parte do Comitê Executivo da entidade e organizará, juntamente com a Alemanha, o próximo encontro do GRC em maio de 2013, em Berlim, com os temas Integridade em Pesquisa e Acesso livre a publicações e dados experimentais.



O GRC foi um dos resultados da Cúpula Global de Revisão de Mérito (Global Summit on Merit Review), realizado na sede da NSF, em Arlington, VA, EUA. Um importante resultado concreto deste evento foi à aprovação por unanimidade, de uma Declaração de Princípios sobre a Revisão por Pares, no qual se estabelece um conjunto de seis princípios básicos que devem reger todas as ações de avaliação, por assessores e comitês de especialistas, de projetos e trabalhos científicos.



O diretor da NSF, Subra Suresh, disse na oportunidade que o Conselho representa "um primeiro passo rumo a uma abordagem mais unificada do processo científico".



Revisão - Em um artigo publicado na revista Science em 2011, tratando do crescente investimento global em pesquisa, desenvolvimento e inovação, Suresh afirmou que "as barreiras mais fundamentais para as colaborações multilaterais e internacionais são os padrões diversos de revisão do mérito científico e diferenças nas infraestruturas, que garantem a ética profissional e a integridade científica".



A cúpula de Washington teve como objetivo tratar dessa preocupação, "desenvolver um alicerce para a colaboração científica internacional, elucidando princípios aceitáveis de mérito". Para Suresh, "ciência de qualidade em qualquer lugar é bom para a ciência em todo lugar", disse na apresentação dos resultados da cúpula.



Um importante resultado concreto deste evento foi à aprovação por unanimidade, de uma Declaração de Princípios sobre a Revisão por Pares, no qual se estabelece um conjunto de seis princípios básicos que devem reger todas as ações de avaliação, por assessores e comitês de especialistas, de projetos e trabalhos científicos.



Os princípios divulgados são:



- Avaliação por especialistas: os revisores, coletivamente, devem ter o conhecimento apropriado e a expertise para avaliar a proposta tanto no nível do contexto amplo do campo de pesquisa para o qual contribui quanto no que diz respeito à metodologia e aos objetivos específicos. Revisores devem ser selecionados com base em critérios claros.



- Transparência: as decisões devem se basear em regras claras, procedimentos e critérios de avaliação publicados com antecedência. Os candidatos devem receber respostas apropriadas a respeito da avaliação da proposta.



- Imparcialidade: as propostas devem ser avaliadas de modo justo, e com base no mérito. Conflitos de interesse devem ser declarados e administrados de acordo com um processo definido e publicado.



- Adequação: o processo de revisão deve ser consistente com a natureza do pedido, a área de pesquisa envolvida e de modo proporcional ao investimento e à complexidade do trabalho.



- Confidencialidade: todas as propostas, incluindo os dados, propriedade intelectual e outros documentos, devem ser tratados com confidencialidade pelos revisores e organizações envolvidos no processo de revisão.



- Integridade e Consideração Ética: Integridade e ética são essenciais para o processo de revisão.

(Ascom do CNPq)





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