Ministro confirma integração da AEB com o Inpe

Data: 01/03/2012

Em visita à sede da Fapesp na segunda-feira (27), o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, deu como certa a integração da Agência Espacial Brasileira (AEB) com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Raupp revelou ainda haver no governo federal consenso de que os institutos de pesquisa deverão se alinhar às políticas executadas pelas secretarias e agências subordinadas ao ministério.


A integração da AEB com o Inpe é defendida por Raupp desde o tempo em que ele presidia a agência, como forma de aperfeiçoar o programa espacial brasileiro. "A AEB foi criada muito depois do Inpe e apenas para mostrar ao mundo que o programa brasileiro era civil. Mas não atribuíram a ela o comando das entidades tecnológicas. Isso prejudicou muito o funcionamento do sistema", afirmou o ministro. Segundo Raupp, a integração seria a única forma de contornar o problema sem criar grandes conflitos. "A ideia já foi aceita no governo. O diretor do Inpe será membro da diretoria da AEB", explicou.



Seguindo a mesma linha, o ministro pretende aumentar a influência das outras agências e secretarias ligadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sobre todos os institutos de pesquisa federais. "Hoje eles têm uma atuação completamente autônoma e independente em relação às políticas que esses agentes estão desenvolvendo", disse.



Para exemplificar, Raupp disse que a Secretaria de Política de Informática ficaria responsável por supervisionar o trabalho de todos os institutos que trabalham com estudos nessa área. "Acho isso muito importante para justificar a existência desses institutos. Não tem sentido eles ficarem se comportando como institutos universitários", completou.



O objetivo da visita à Fapesp, segundo Raupp, foi "aumentar e qualificar" os projetos realizados em parceria com a entidade. O ministro ressaltou que alguns dos projetos "mobilizadores da política pública de ciência e tecnologia" estão em São Paulo, como o do primeiro reator nuclear multipropósito. Entre as finalidades do equipamento estão a produção de radioisótopos para uso na medicina nuclear e pesquisas em campos diversos, como energia, agricultura, indústria e meio ambiente.



"Já temos parcerias bem estabelecidas com a Fapesp nos institutos federais, como a do supercomputador instalado no Inpe para pesquisas climáticas. Mas queremos a participação da Fundação também nos projetos novos", afirmou Raupp.



O presidente da Fapesp, Celso Lafer, destacou que a área de ciência, tecnologia e inovação é de interesse nacional. "É um capítulo de política de Estado e não de governo. Olhamos isso com a perspectiva de São Paulo, nossa base, mas como uma questão do País, que nos cabe cooperar e ajudar", disse.



O diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, afirmou que a entidade tem interesse em colaborar com o ministério, como já vem fazendo no caso dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs). O programa foi lançado em 2008 pelo MCTI, com recursos de R$ 607 milhões obtidos em parceria com as fundações de amparo à pesquisas estaduais.



"A Fapesp financia 50% dos recursos destinados aos 44 institutos sediados no Estado de São Paulo. Responsável por R$ 113,4 milhões do total de recursos investidos nos INCTs, a Fundação só fica atrás do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico entre as fontes financiadoras", destacou Brito.

(Agência Fapesp)






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