UFSC, USF e UFCG vão avaliar materiais construtivos feitos de resíduos

Data: 22/12/2008
A Universidade Federal de Santa Cataria (UFSC), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e a Universidade de São Francisco (USF), com o apoio do Programa de Tecnologia de Habitação (Programa Habitare), estão avaliando os impactos na saúde e bem estar das pessoas e no meio ambiente de materiais de construção feitos com materiais reciclados e reutilizados.

"Em geral, as análises de materiais, componentes e sistemas construtivos levam em conta o aspecto mecânico, de comportamento, mas desempenho não é só isso", explica a professora Janaide Cavalcante Rocha, pesquisadora do Laboratório de Valorização de Resíduos da UFSC.

O trabalho faz parte da rede ´Ciência, tecnologia e inovação para melhoria da qualidade e redução de custos da habitação de interesse social`, considerado estratégico para dar valor aos resíduos da construção civil como matéria-prima para que possam servir de inspiração à inovação tecnológica.

Entre os materiais avaliados e pesquisados pela UFSC, UFCG e USF estão uma tinta à base de gesso reciclado de resíduos de construção e de demolição, tijolos solo-cimento com aproveitamentos dos resíduos cerâmicos e argamassa e blocos de vedação com resíduos do corte de mármore e granito.

A professora lembra que um material com adição de novos agregrados precisa passar por testes que indiquem seu potencial de emissão de contaminantes. O grupo de pesquisadores está elaborando um protocolo que contenha as informações básicas para avaliar produtos que tenham resíduo em sua composição. Outra ferramenta que será implementada pelas universidades é uma ficha de informação tecnológica.

Segundo Rocha, o objetivo é que essa estrutura de informação ajude a sistematizar o conhecimento sobre resíduos e seu potencial de uso na construção civil. As fichas, que serão aplicadas em pelo menos sete tipos de resíduos, incluem dados sobre origem, procedimentos para avaliação dessa matéria-prima, produtos que podem ser desenvolvidos e performances já observadas. O material vai incluir ainda limites de aplicação, processos de beneficiamento, quadro regulamentar, custos e bibliografia.

"A idéia é permitir que interessados em investir nesse campo tenham uma idéia sobre o resíduo e seu potencial", explicou Rocha. "As informações estão em diversas teses e dissertações, mas vamos procurar uma forma sintética de difundir esse conhecimento”, complementa.

A professora acredita que a iniciativa poderá dar suporte ao o Sistema Nacional de Avaliação Técnica (SiNAT) de produtores inovadores. O sistema foi instituído pelo Ministério das Cidades para colaborar com a avaliação de novos produtos e estimular a inovação tecnológica da indústria da construção no Brasil.




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