Cientistas debaterão soluções para o planeta

Data: 17/02/2012
"Vamos nos concentrar em vários desafios complexos e intimamente ligados à produção alimentar e a fontes de energia e de água, além de potenciais soluções por meio da cooperação internacional" Nina Fedoroff, presidente da Associação Americana para a Promoção da Ciência (AAAS).


Como não poderia deixar de ocorrer em um evento apresentado como a maior conferência científica do mundo, os temas debatidos no encontro anual da Associação Americana para a Promoção da Ciência (AAAS), que começa hoje (16) em Vancouver, no Canadá, são os mais variados. Os debates vão das últimas pesquisas sobre o autismo até a próxima revolução agrícola, passando pelas consequências do aquecimento global nos oceanos. Cerca de oito mil participantes de 60 países são esperados na edição de 2012 da conferência anual, que se realiza até 20 de fevereiro.



A principal missão da AAAS, que publica a prestigiosa revista Science, é sensibilizar o público, os líderes políticos e os pesquisadores sobre as grandes questões científicas e da sociedade. O tema central da conferência deste ano é "O desenvolvimento de uma sociedade humana global fundada no saber em um mundo cada vez mais aberto". "Vamos nos concentrar em vários desafios complexos e intimamente ligados à produção alimentar e a fontes de energia e de água, além de potenciais soluções por meio da cooperação internacional", informou, em um comunicado, a presidente da AAAS, Nina Fedoroff, geneticista e bióloga molecular de ponta, professora na Universidade da Pensilvânia (Estados Unidos).



Aproximadamente 150 simpósios em todas as áreas científicas - da astronomia até as matemáticas, passando por medicina, ciência do clima, pesquisa de novas fontes de energia -, estão programas para o colóquio, o primeiro da AAAS no Canadá. A maioria das conferências anuais da associação, criada em 1848, aconteceu nos Estados Unidos. Várias sessões serão consagradas a Vancouver, cidade costeira, ao impacto do aquecimento global sobre o ecossistema oceânico do planeta e aos meios de proteger as espécies animais marinhas recorrendo aos satélites e à criação de áreas protegidas.



Alimentação e saúde - Os pesquisadores também devem apresentar trabalhos sobre os riscos no sistema alimentar global com as mudanças climáticas, o que contribui, em alguns países, para o aumento da escassez de alimentos e a elevação dos preços, uma situação agravada pela proibição de exportação de alimentos a partir de culturas transgênicas.



Outras pesquisas voltadas para a produção de carne em laboratório, sem animais, para atender uma duplicação do consumo no mundo até 2050 e reduzir o impacto da pecuária sobre o meio ambiente, serão apresentadas. Essa atividade já responde por 18% das emissões totais de gases do efeito estufa produzidos pelo homem.



Na medicina, vão ter destaque trabalhos sobre como a interação de fatores genéticos e ambientais podem contribuir para o autismo. Quanto à obesidade, os pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos vão apresentar um modelo matemático para prever com precisão quanto uma pessoa pode ganhar ou perder de peso tendo em conta o consumo diário de alimentos e o nível de atividade física.

(Correio Braziliense)





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