Funcionários da Sabesp desenvolveram sistema para produção de energia utilizando apenas o movimento do rio

Data: 14/02/2012

Além de trabalhar em lugares de difícil acesso, nem sempre toda a infraestrutura necessária é existente no local. É neste tipo de ambiente que a equipe de manutenção da Sabesp, composta por mecânicos, torneiros e eletricistas, desenvolve uma série de ações para manutenção da captação e o tratamento de água. As captações acontecem em meio a natureza, em locais afastados e em alguns casos com a necessidade de fazer trilhas e até escaladas.

Uma das dificuldades enfrentadas é a ausência de energia nestas regiões. Para suprir esta necessidade, por exemplo, no Rio Jurubatuba Mirim, na Área Continental de Santos, os funcionários da Sabesp desenvolveram uma roda d´água, que gera cerca de 300 watts de energia para o funcionamento de um turbidímetro, equipamento que mensura a turbidez existente na água do rio antes da captação.

Depois de testar diversas alternativas para manter o equipamento com energia, com luz solar, bateria, entre outros, os funcionários desenvolveram uma roda d´água, sistema no qual a água batendo em suas pás produz uma força motriz, que passa por um alternador e transforma a força mecânica em energia para carregar duas baterias. A ideia foi amadurecida e trabalhada em conjunto pelos funcionários de manutenção: Israel Eneas, Rogério Ferreira Chaves, João Batista Gomes e Manuel Leite Dias.

Este tipo de equipamento foi utilizado pelos gregos no primeiro século antes de Cristo, em moinhos para trituração de grãos. “A estrutura está funcionando desde a temporada do ano passado. Foi um bom resultado técnico e também economicamente. Além disso, esse modelo de produção de energia evita qualquer parada no sistema de comunicação de dados com a Central de Controle Operacional (CCO). Não há interrupção no fornecimento de energia, pois é contínua com a força da própria natureza”, explica o oficial de manutenção, João Batista Gomes, um dos funcionários da Sabesp que construiu o equipamento.

Com esta “invenção”, que está a cerca de 2 quilômetros da última unidade da Sabesp, que possui energia normalmente, foi preciso criar todas as peças do sistema. Dentro da oficina, localizada em Santos, eles fizeram um desenho do projeto e aproveitaram peças de ferro de equipamentos descartados. Com cerca de 1,5 metro de diâmetro, a roda utiliza o próprio movimento do rio, gerando uma energia limpa e contínua, abastecendo duas baterias de 12 volts e 150 amperes.

Para o gerente do departamento de água e esgoto da Baixada Santista, Wilson Bassotti Filho, trata-se de uma solução alternativa que se mostrou mais eficiente do que modernos equipamentos. “Nem sempre é fácil achar uma solução para as necessidades. Em alguns casos, não existem equipamentos, por isso é fundamental desenvolver as soluções, criando as peças e os equipamentos”, destaca.



Assessoria Sabesp


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