Projetos de R$ 220 bi ainda não têm crédito

Data: 19/12/2008

Projetos de R$ 220 bi ainda não têm crédito


A Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base) estima que o país precisa encontrar fontes de financiamento de longo prazo para bancar uma carteira de projetos estimada em R$ 220 bilhões. Segundo o presidente da Abdib, Paulo Godoy, são precisos R$ 100 bilhões em empreendimentos compromissados para obras de hidrelétricas, portos e rodovias e mais R$ 120 bilhões em projetos de petróleo e gás. Os empreendedores correm neste momento para contratar esse volume de financiamentos de longo prazo.

A Abdib e a CNI (Confederação Nacional da Indústria) reuniu 500 empresários ligados às indústrias de base e infra-estrutura para discutir com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, quais são as linhas disponíveis para financiar os projetos de infra-estrutura. "A idéia é passar um "pente-fino" em todas as linhas disponíveis atualmente e avaliar o que mais pode ser feito para assegurar o fluxo de crédito, que é o oxigênio para os investimentos", explicou Godoy.

Há, na avaliação da Abdib, dois problemas centrais que representam uma ameaça real ao cumprimento dos investimentos em projetos já em andamento, o que inclui das usinas hidrelétricas do rio Madeira (Jirau e Santo Antônio) aos projetos de concessão de rodovias federais ou estaduais.

O primeiro é o aumento da concorrência pelas linhas de crédito nacionais, acessadas agora por empresas brasileiras que tinham oferta externa de recursos para seus financiamentos. A Petrobras foi apenas um dos exemplos, quando contratou um empréstimo de R$ 2 bilhões da CEF (Caixa Econômica Federal), fonte dos projetos de saneamento e habitação.

A Abdib deve voltar a alertar o governo sobre a dificuldade para os projetos de infra-estrutura atraírem capital diante das opções de renda fixa. "Temos insistido que os títulos do governo não podem ficar competindo com os projetos de infra-estrutura. É preciso criar mecanismos que estimulem o investimento em projetos de longo prazo", disse.




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