Infraestrutura de C&T e Inovação são destaques do discurso do ministro Raupp

Data: 26/01/2012

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, enfatizou em seu discurso de posse o fortalecimento da infraestrutura de C&T no País, a necessidade de maior aproximação entre ciência e setor produtivo e o desafio de aumentar recursos para a área e consolidar a cultura de inovação.


A inovação tecnológica deixou de ser uma opção e passou a ser um imperativo para o desenvolvimento do País, afirmou o novo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp. No discurso de posse, nesta terça-feira (24), no Palácio do Planalto, ele declarou que pretende ampliar a infraestrutura da ciência e tecnologia e unir universidades e institutos de pesquisa para desenvolver projetos estratégicos.



"Tenho absoluta consciência da exigência sem precedentes para que a ciência, tecnologia e inovação contribuam para o desenvolvimento do País. O desafio da inovação ganhou novo patamar. Inovação não é opção, é imperativo. O futuro do País depende desse esforço criativo", ressaltou.



Raupp se comprometeu a aumentar a colaboração entre a geração de conhecimento no meio científico e o desenvolvimento de pesquisa nas empresas privadas. "Uma das necessidades que se impõem é a construção de um modelo que faça a aliança entre o conhecimento científico e a economia", disse. O ministro destacou também a importância da aprovação do novo marco legal da Ciência e Tecnologia, em discussão no Congresso, para "fazer a ciência chegar às empresas", meta que deve ser um dos pilares de sua gestão.



"Vivemos um momento crucial para a ciência brasileira. Precisamos definir com mais precisão, no curto, médio e longo prazos, quais serão as formas de contribuição do conhecimento científico para o desenvolvimento econômico e social", declarou. Para estimular a participação do capital privado na inovação, Raupp promete aumentar as parcerias público-privadas como é o caso da Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial (Embrapii).



Entre os projetos que devem ser priorizados está o aumento "em quantidade e qualidade" das iniciativas voltadas à inovação, especialmente para a economia do conhecimento. E repetiu que a iniciativa privada deve participar mais do desenvolvimento científico.



Estratégia - O ministro Marco Antonio Raupp convocou governo, sociedade e empresas a somar esforços para a solução dos grandes problemas nacionais. A seu ver, o MCTI deu um passo importantíssimo nessa direção ao estabelecer a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) para o período de 2012 a 2015. Ele avaliou que as experiências no agronegócio, no petróleo e na aeronáutica mostram que o País está preparado para atuar na economia do conhecimento e que o Plano Brasil Maior deixa clara essa opção.



Em relação à Encti, o ministro destacou alguns pontos como os mais oportunos para o momento. Entre eles, um novo padrão de financiamento público para a área, "que deve estar estreitamente relacionado ao aperfeiçoamento do marco legal"; e o fortalecimento da pesquisa e da infraestrutura científica e tecnológica em sintonia com formação e capacitação de recursos humanos.



Entre os setores considerados "portadores de futuro", ele defendeu que os complexos industriais de defesa, aeroespacial e nuclear devem ser pensados em conjunto, por questão de soberania nacional. E que é necessário estruturar uma cadeia de produção com pleno domínio das tecnologias envolvidas.



No que diz respeito a petróleo e gás, afirmou que a manutenção do fundo setorial CTPetro é imprescindível e prometeu continuar a luta por esses recursos no Congresso Nacional.



Segundo sua avaliação, o Brasil pode se tornar a primeira potência ambiental do planeta. "A exploração da biodiversidade implica desafios importantíssimos para o futuro e a modernização da sociedade brasileira, o que exigirá uma visão de desenvolvimento nova, em que a ciência, a tecnologia e a inovação serão elementos cruciais para assegurar a sustentabilidade em seu sentido amplo", analisou, remetendo à ideia de "economia verde".



Marco Antonio Raupp disse contar com a colaboração da comunidade científica e dos setores empresariais para a missão de suceder Aloizio Mercadante à frente do MCTI, que qualificou como difícil e honrosa. E acenou para um trabalho em sinergia: "Vamos fazer com que a nossa educação e a nossa ciência sejam motivos de orgulho para o Brasil e para os brasileiros, e de admiração para o mundo".



Área Espacial - Em conversa com os jornalistas, Raupp afirmou que quer mudar a relação entre a Agência Espacial Brasileira e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O ministro, que já foi diretor do Inpe e presidente da AEB, não falou em fusão, mas deixou claro que vai encaminhar - e formalizar - uma relação mais próxima entre agência e instituto. A aproximação, reivindicação de alguns setores da AEB, teria como principal objetivo trazer mais agilidade para administração da agência e um novo fôlego para o Programa Espacial Brasileiro.



Em boas mãos - Na cerimônia de posse no Palácio do Planalto, o agora ex-ministro do MCTI Aloizio Mercadante destacou o perfil exigente da presidente Dilma Rousseff e aconselhou o novo ministro quanto ao rigor exigido na apresentação dos projetos. Mercadante exaltou ainda o currículo de Raupp e a atuação de ex-ministros da pasta.



"O ministério não podia estar em melhores mãos por essa trajetória, por essa competência. Eu tenho absoluta segurança e tenho certeza de que a presidente também, pela escolha do seu nome para dar continuidade a esse projeto republicano de Estado que é o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação", disse.



Mercadante enfatizou a importância de a ciência, tecnologia e inovação ter sido colocada pelo governo como eixo estruturante do desenvolvimento do Brasil. "Pela primeira vez está no Plano Plurianual como um dos marcos e objetivos estratégicos do País. E é um ministério que está pensando a nova economia brasileira", frisou.



Entre os avanços obtidos em sua gestão, Aloizio Mercadante citou a criação do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), além dos esforços para avanços no setor espacial, aquisição de novos navios para pesquisa oceanográfica e o sucesso com o início do programa Ciência sem Fronteiras.



(Ascom do MCTI e Agências de Notícias)





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