Rio inaugura unidade que tratará 216 mi de litros de esgoto por dia

Data: 17/12/2008

Rio inaugura unidade que tratará 216 mi de litros de esgoto por dia


Depois de mais de 10 anos e cerca de US$ 1 bilhão, o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) prepara-se para dar seu passo mais emblemático com a conclusão do Centro de Tratamento de Esgoto de Alegria, no Caju, responsável por tratar cerca de 216 milhões de litros de esgoto por dia, o equivalente a um Maracanãzinho de detritos antes despejados in natura na baía.

As obras, já em fase de conclusão, serão entregues até o fim de janeiro pela Cedae, que planeja transformar o local num centro de visitação ambiental – com direito a um aquário para demonstrar a balneabilidade da água – além de duas unidades de geração de energia a partir do esgoto, uma delas – a primeira do país – capaz de produzir biodiesel.

– O Centro de Tratamento de Alegria talvez seja o maior monumento abandonado do Rio – acredita Wagner Victer, presidente da Cedae. – É a maior retirada de esgoto que já foi feita numa tacada só, tanto que era a principal do PDGB. Agora estamos duplicando a proposta inicial do programa e multiplicando por 10 a quantidade de carga orgânica que deixará de chegar à Baía de Guanabara.

Victer refere-se ao fato de que hoje a estação está subutilizada, com apenas 600 litros de esgoto por segundo recebendo tratamento primário (que retira 40% da carga orgânica). O novo centro passará a receber 2.500 litros de esgoto por segundo para tratamento secundário, capaz de devolver a água com até 98% de pureza à baía – daí a construção de um aquário de 15 mil litros, para promover educação ambiental e apresentar o PDBG aos visitantes. Inicialmente, o contrato do programa previa a retirada dos mesmos 2.500 litros de esgoto por segundo, porém em tratamento primário.

Geração de biodiesel

Alegria vai tratar esgoto de bairros como Centro, Gamboa e Tijuca. O Centro contará também uma planta de geração de energia elétrica a partir de biogás, cujo gerador será instalado ao longo do primeiro semestre. Haverá ainda uma outra unidade energética para fabricação de biodiesel a partir do esgoto – a primeira construída no Brasil – capaz de separar a espuma formada nos detritos e, a partir de uma tecnologia alemã, retirar o óleo para produzir biodiesel. Uma empresa do ramo petrolífero já se interessou em captar e distribuir o combustível.

O Centro contará ainda com uma incubadora de mudas para reflorestamento, a partir da mão-de-obra de egressos do sistema penitenciário. O Viveiro Arthur Sendas produzirá até 35 mil mudas. O custo total do Centro gira em torno dos R$ 300 milhões.

– Tudo isso é importante porque vai ao encontro dos compromissos assumidos para as Olimpíadas de 2016 e a revitalização da Zona Portuária – concluiu Victer.



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