Ativistas do Greenpeace entregam 'água radioativa' em ministérios

Data: 17/12/2008

Ativistas do Greenpeace entregam 'água radioativa' em ministérios


BRASÍLIA – Os ministros Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) e Carlos Minc (Meio Ambiente) receberam nesta segunda-feira garrafas contendo ‘água radioativa’ que era consumida por parte da população de Caetité, no sudoeste da Bahia. A água, coletada em poços que apresentaram altos índices de urânio, foi entregue por um ativista vestido de “garçom-caveira” para cobrar medidas do governo federal em relação à denúncia feita pelo Greenpeace em outubro.
A
investigação da organização ambientalista mostrou que a água consumida por famílias que vivem na área de influência direta da mina de urânio operada pela estatal Indústrias Nucleares Brasileiras (INB) apresentava concentrações do mineral radioativo até sete vezes acima dos limites da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Na ocasião, foi divulgado o relatório “Ciclo do Perigo: Impactos da produção de combustível nuclear no Brasil”, que detalhou as análises da qualidade da água bem como os acidentes, infrações e problemas de licenciamento que marcam a operação da INB em Caetité.

Urânio

Após a denúncia, o Instituto de Gestão das Águas (Inga) da Bahia fez novas coletas de água e confirmou a contaminação ambiental por urânio em um poço na mesma região das análises do Greenpeace, localizado dentro do raio de 20 quilômetros no entorno da mina, definido pela licença ambiental do Ibama como área de influência direta do empreendimento da INB.

Em novembro, após audiência pública para tratar do caso, o Ministério Público Federal determinou que uma auditoria independente fosse realizada para esclarecer a origem e a extensão da contaminação e os outros problemas relacionados à INB. “Viemos cobrar medidas do governo federal, que ainda não se pronunciou a respeito da contaminação da água por urânio em Caetité”, afirmou a coordenadora da campanha de energia nuclear do Greenpeace, Rebeca Lerer.

“Até agora, a INB, que é uma empresa estatal controlada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear e vinculada ao MCT, limitou-se a negar qualquer responsabilidade sobre o caso e não está colaborando com a investigação independente decidida pelos procuradores federais”. Um estudo preliminar do MPF, porém, está em curso graças a convênio com o Inga.




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