Indústria de reciclagem de pneus vê valorização com novas aplicações

Data: 25/08/2008

Indústria de reciclagem de pneus vê valorização com novas aplicações


A indústria brasileira de reciclagem de pneus deve, em cinco anos, começar a gerar renda para os fabricantes à medida que se apliquem inovações que permitam novas utilizações das unidades inservíveis, desde a geração de energia até uso em revestimento acústico de paredes, disse Renata Morat, gerente geral do programa de reciclagem da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Reciclanip).

"Nossa missão é desenvolver este mercado de valorização [do pneu inservível">", disse. "As novas aplicações vão transformar um mercado negativo em um mercado positivo." Em função da legislação ambiental e da regulamentação do mercado, desde 2002 os produtores de pneus são responsáveis pela destinação legal dos pneus que não podem mais ser reutilizados. Apenas em 2008, serão 180 toneladas de pneus que devem ser dispostos corretamente e 85% destes são destinados aos fabricantes de cimento que os queimam a temperaturas elevadas, mas que também cobram cerca de R$200 por tonelada - incluindo frete - para utilizar estes pneus.

Os outros 15% são processados para retirar o aço, as lonas têxteis e a borracha que são reciclados. A partir do ano que vem, espera-se que comecem a surgir novos usos para os pneus, principalmente na geração de energia.

"Usando novas tecnologias de queima e filtragem, os pneus podem ser queimados para gerar vapor e movimentar turbinas de geração de energia," informou Morat. "Até o ano que vêm três usinas que utilizam pneus misturados com biomassa devem começar a operar".

Na verdade, os pneus são misturados com outros resíduos de biomassa como cavaco de madeira, bagaço de cana e casca de coco para aumentar o valor energético na queima. Morat explicou que até agora, os principais interessados nesta tecnologia são as indústrias papeleiras, mas a tecnologia pode ser adaptada para outros setores, que, ao contrário da indústria de cimento, deve pagar pelo pneu como um insumo energético, pois o pneu tem um valor calorífico de mais do que o dobro da madeira ou alimentos.




< voltar