União contra endemias

Data: 31/10/2011
Na FAPESP Week, simpósio encerrado na última quarta-feira (26/10) em Washington, Estados Unidos, uma sessão com o tema “Vacinas e Drogas” discutiu resultados de pesquisas voltadas para a prevenção e o tratamento de doenças endêmicas no Brasil, como malária e dengue.

Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan, relatou estudos em andamento para obtenção de novas tecnologias imunização. Em sua apresentação com o tema “Pesquisa e Produção de Imunobiológicos”, Kalil destacou projetos em cooperação com o National Institutes of Health (NIH) para estudo do rotavírus, causador de gastroenterite aguda – responsável por altos índices de mortalidade entre crianças de até 2 anos no mundo – e sobre a dengue.

Outros projetos estão em andamento com a participação do Instituto Ludwig de Pesquisas sobre o Câncer, visando o desenvolvimento de um adjuvante para tratamento de câncer no ovário, e com o Instituto Sabin de Vacinas , da Universidade George Washington, sobre o Shistosoma, parasita causador da esquistossomose.

Segundo Kalil, o Butantan também está bastante empenhado em aumentar a produção e melhoria de técnicas de imunização da hepatite B, produzida há mais de 10 anos na instituição.

No mesmo painel, o diretor executivo do Global Solutions for Infectious Diseases (GSID), organização sem fins lucrativos para desenvolvimento de diagnósticos e prevenção de doenças infecciosas, com sede em São Francisco, Califórnia, descreveu a colaboração da instituição com o Instituto Butantan para concluir, até 2016, o projeto de uma vacina para a doença, com apoio do National Institute of Allergy and Infectious Diseases, dos Estados Unidos.

“A dengue é um problema de saúde público cada vez maior. Há várias vacinas sendo desenvolvidas e o Instituto Butantan está liderando esse esfroço. O primeiro teste clínico de eficácia ocorrerá em breve e estou muito otimista em relação a uma vacina”, disse.

Hugo Armelin, coordenador do Centro de Toxinologia Aplicada (CAT) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP – destacou a importância da formação de um grupo interdisciplinar para estudos que envolvem genômica, proteômica e transcriptoma em colaboração com instituições internacionais.

Atualmente essas pesquisas têm foco, por exemplo, na estrutura e atividade de proteinases de veneno de serpentes, medindo a atividade de proteínas para definição de moléculas alvo para produção de drogas. O Instituto já depositou 4 patentes referentes à identificação da proteína que recebeu o nome de Lopap, componente responsável pelos acidentes de síndrome hemorrágica que ocorrem no Sul do país devido ao contato com a taturana Lonomia obliqua.

Agência Fapesp


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