Esforço global de acessibilidade à água passa por novas e velhas tecnologias

Parte dos US$180 bilhões anuais que devem ser investidos para atingir a meta de reduzir pela metade o número de pessoas que não têm acesso a água potável e saneamento básico em 2015 vai ser aplicade no desenvolvimento de novas tecnologias e implementação de técnicas já conhecidas, avaliou Ger Bergkamp, Diretor-Geral do Conselho Mundial da Água.

"O desafio é que o tamanho das mudanças necessárias devem ser feitas num espaço de tempo bem curto," disse Bergkamp. Atualmente, segundo a entidade, 1,1 bilhão dos 6 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável. E 2,6 bilhões não têm acesso à sistemas de saneamento básico adequados. Como a população mundial deve crescer entre 40% e 50% nas próximas cinco décadas, o esforço é considerável.

A estimativa global de investimento foi feita em 2003 no estudo 'Financiando Água para Todos', encabeçado pelo ex-presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Michel Camdessus. Relatórios de 2006, no entanto, já apontam cifras de US$100 bilhões anuais apenas para garantir acesso individual à água potável e à saneamento básico. Isto, sem contar os investimentos que serão necessários pelas indústrias e pelo setor de agribusiness, para melhorar a eficiência no uso da água, já que estes setores consomem a maior parte da água potável no mundo.

Além disso, desde 2003, a percepção do problema tornou-se ainda mais urgente após as projeções de piora do acesso à água por causa das mudanças climáticas, explicou Bergkamp. "Na América Latina, os países Andinos e os da América Central e Caribe já enfrentam os primeiros efeitos," disse.

O Conselho Mundial da Água (WWC, em inglês), entidade multilateral composta por países e empresas, está em fase preparatória para a quinta Cúpula da Água, agendada para março de 2009, em Istambul. No final de novembro, os países da America Latina e Caribe se reunirão em Foz do Iguaçu para montar uma agenda comum para a cúpula.




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